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Aramis

61 anos depois, o Palácio inaugurou

Há 61 anos, a abertura do Bar-Churrascaria Palácio, num já antigo edifício que existia na Rua Barão do Rio Branco, ao lado do Hotel Johnscher - então "cinco estrelas" curitibano - não teve o menor registro. Tanto é que apesar de todas as suas pesquisas, Valério Hoerner Jr., 48 anos, ao escrever "O Folclórico Bar Palácio", não conseguiu localizar sequer o mês em que a então provinciana Curitiba ganhava aquele restaurante que, num caso raro, resistiu ao tempo, as mudanças, e hoje, como ontem, procura conservar o mesmo clima. Dos que conheceram o antigo Bar Palácio, a única testemunha viva que, quarta-feira, 4, esteve na inauguração das novas instalações da casa aberta pelo velho Adolfo Bianchi (1880-1947) foi o escritor Walfrido Piloto. E, para o futuro, se dentro dos próximos 50 anos, alguém quiser fazer um novo livro (e histórias e estórias não faltam) - não terá problemas de informação. Afinal, mais de 50 jornalistas estiveram reunidos na quarta-feira, numa festa que até fugiu da tradição do Palácio: belas recepcionistas da firma de Luís Augusto Juk recebendo os convidados na porta, o mais competente e conhecido mestre de cerimônias do Paraná - Carlos Marassi, conduzindo a solenidade, uma placa de bronze que foi descerrada pelo representante do governador Roberto Requião, o secretário Goya Campos, da Justiça e Cidadania e - principalmente - um excelente jantar, que desta vez, não foi cobrado. Com direito a muito chope, bom vinho branco e generosas doses de "House of the Lords". Só faltou o "Mineiro com Botas" como sobremesa! Elegantíssimo num novo terno azul, o Pepe - José Fragura Lopes - ao lado da filha Maria Concepcion, 34 e do filho Francisco, 29, recebia os convidados - numa festa dividida em dois tempos: ontem à noite, sem jantar - mas com um coquetel "de primeiríssima linha", outro grupo de convidados foi conhecer o novo Palácio. Distante menos de 100 metros do local onde o Palácio funcionou nos últimos 33 anos, em prédio com quase mil metros quadrados, três pavimentos, cuja construção demorou quatro anos porque o próprio Pepe fez questão de gerenciar as obras, o Palácio mantém o mesmo clima: desde a porta de vai-e-vém - como existia antigamente - até o grande out-door sobre o bar. A churrasqueira é maior, o bar oferece agora mais opções de bebidas e as cadeiras são mais confortáveis. Mas o melhor conforto é que, após três décadas de tortura para os fregueses que necessitam (e quem não necessita?) ir ao WC, agora há instalações condignas ao ser humano - e não a paleolítica instalação (sic) que existia no antigo endereço. xxx Embora homenageados em palavras na hora em que foi descerrada a placa de bronze, os fiéis funcionários da casa - Jorge Bernardo, Adriano Jeremias dos Santos, Arlindo Deus e Sebastião Bestel - não puderam estar presentes: para "não decepcionar os fregueses, que não haviam sido convidados", o Palácio continuou a funcionar até a madrugada de ontem - e só com a efetiva abertura para o público das instalações na Rua André de Barros, 500, é que se fecham as portas do imóvel na Rua Barão do Rio Branco, 438 - que, aliás, pertence ao ecologista João José Bigarella, que há 5 anos vem movendo uma ação contra Pepe - pois ali pretende construir um edifício. Só que contratualmente, Pepe ainda continua como inquilino daquele imóvel. xxx Espanhol da Galícia, 59 anos completados no dia 7 de abril, desde 1950 no Brasil, o Pepe fez o discurso mais curto da noite. Em compensação, surpreendeu seu amigo Valério Hoerner, entregando-lhe uma placa como reconhecimento pelo livro que ele dedicou ao seu estabelecimento, publicado há 7 anos e que continua à venda no restaurante. Jornalista e escritor desde 1926 - "foi o ano em que nascia", comentava a jornalista Rosy de Sá Cardoso, a mais elegante presença no jantar - Walfrido Piloto, paranaense de Dorizon, 88 anos completados no dia 23 de abril, mostrou que continua a tomar o elixir da eterna juventude. Fez a mais emocionante oração da noite, após o padre Gustavo Pereira - que também mostrou seus dotes de orador - ter dado a benção à casa. A presença mais lamentada foi de outro histórico freguês da casa - o jornalista João de Deus Freitas Neto, que a assessoria de Pepe esqueceu de convidar. Assim, quem falou foi o orador "oficial" dos jornalistas, Luiz Geraldo Mazza, misturando sempre a emoção ao sociologuês comportal para explicar a importância do Palácio na vida dos curitibanos. A jornalista Adélia Maria Lopes, mato-grossense de Aquidauna, 41 anos a serem completados no próximo dia 22 de outubro, 20 no Paraná, fez o apelo: que o Palácio entre definitivamente na fase da modernidade e permita que mulheres desacompanhadas sejam atendidas. Pepe garantiu - e isto está gravado no vídeo que documentou a festa - que a medida já havia sido tomada. Felizes, todos beberam até a meia-noite. Pois, afinal, já não existem mais boêmios na imprensa como nos tempos de Alceu Chichorro, Dicesar Plaisant, Milton Camargo de Oliveira e tantos outros que mereceriam até uma placa especial - entre os posters que reproduzem fotos e registros que a imprensa sempre generosamente, tem dado ao Palácio velho de guerra! LEGENDA FOTO - Padre Gustavo, ladeado por Marassi e Pepe, abençoa o novo Bar Palácio.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
06/09/1991

existem cedrtas coisas que jamais sao superadas ou mesmo poderao ser copíadas. basr e cafe palacio é uma delas ali existe uma historia de geraçoes que se repetem Sao os bares e cafes palacio que valem para se viver e degustar um filet griset

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