Airton, o favorito do Poder
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de fevereiro de 1978
Afinal surgiu uma explicação para a inesperada atitude do vereador Ayrton Cordeiro em lançar, em Londrina, o nome de seu padrinho e mestre, prefeito Saul Raiz, como candidato ao Senado. Como candidato à Assembléia Legislativa, Ayrton seria fortalecido se Saul também partisse para uma eleição direta, pois, evidentemente, o rolo compressor funcionaria em favor do dois nomes - e Ayrton poderia ser amplamente beneficiado.
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Habilidoso, que em poucos anos conseguiu uma auréola que abre portas em diferentes esferas do Poder, Cordeiro, ex-cronista esportivo, advogado, várias viagens ao exterior, obteve as benesses palacianas para conseguir chegar à Câmara com a mais expressiva votação que a máquina oficial poderia garantir a um afilhado político. Agora, em nova ambição eleitoral, quer repetir a votação em sua escalada à Assembléia legislativa - segunda etapa de um roteiro que, até o final dos anos 80, incluem - por que não? sonhos do Palácio Iguaçu.
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Saul Raiz não se mostra, a menos publicamente, sensível a uma disputa direta, Para ele, o mais seguro é ocupar cargos executivos - que podem ser tanto a permanência por mais 4 anos na Prefeitura de Curitiba ou um Ministério - preferencialmente dos Transportes. A volta à iniciativa privada é a última opção - embora das mais lucrativas: com o status e experiência que desfruta hoje, seu salário no mínimo triplicaria se retornasse à Klabin. E frise-se que, quando ele deixou aquele grupo, já era um dos mais bem pagos executivos brasileiros.
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