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Alexandre ensina como é o jornalismo de bico

Liberto das exaustivas funções de editor-executivo de O Estado do Paraná - cargo no qual dedicou mais de 25 de seus 30 anos de jornalismo - e com a experiência de ter ocupado, na administração Álvaro Dias, a Secretaria de Comunicação Social, o jornalista Mussa José Assis, 48 anos, tem programado para os próximos meses concluir ao menos dois livros práticos sobre jornalismo. Já tendo exercido o magistério no curso de Comunicação da Universidade Católica do Paraná - e ali deixando saudades pela sua didática e competência, Mussa tem muito a ensinar às novas gerações. Embora multipliquem-se os livros sobre jornalismo ainda faltam obras que ofereçam aos estudantes aquelas noções práticas e objetivas para se formar um bom repórter - base de qualquer veículo de comunicação que se preze. Isto explica porque os Manuais de Redação lançados pelo "O Estado de São Paulo" tornaram-se best-sellers nos últimos meses - atingindo amplas faixas de leitores. Enquanto Mussa não conclui seus prometidos livros, outro jornalista da cidade, Alexandro de Castro, 37 anos, 16 de redações em Porto Alegre e Curitiba - onde se encontra desde 1988 (é o diretor de telejornalismo da Rede Manchete/ Sistema Sul de Comunicação do Paraná) lança nos próximos dias o seu ""Redação Jornalística" (co-edição da Ibrasa - Instituição Brasileira de Difusão Cultural / Editora Universitária Champagnat do Paraná). Gaúcho que aprendeu a gostar de jornalismo observando o trabalho de seu pai, pioneiro da imprensa interioriana, Alexandre formou-se em Jornalismo Gráfico e Áudio-Visual pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e fez pós-graduação em Pensamento Contemporâneo - Século XX pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, onde é professor e chefe do Departamento de Comunicação Social. Sentindo a deficiência dos candidatos ao ingressarem no dia-a-dia das redações - mesmo os que chegam com diplomas - Castro desenvolveu um livro prático, repleto de exemplos da imprensa nacional, ao qual deu o título bem humorado de "Redação jornalística - de bico", dando exemplos de que o importante é que o repórter/redator faça a notícia necessária ao fechamento da página (ou programa, no caso do rádio e televisão), "mesmo que seja um gol de bico, de barriga, de nariz, até meio tosco. Mas um gol, um simples e eficiente gol para a gente comemorar". Sem fazer citações bibliográficas - confessa que produziu o seu livro baseado nos anos de vivência em redações de jornais como a "Zero Hora", "Folha da Manhã", "Folha da Tarde", "Correio do Povo" e "Coojornal", mais sucursais do JB e "Estadão" em São Paulo (com passagens pela Rádio eldorado de São Paulo), Alexandre na primeira parte destaca a importância da abertura das matérias, analisando depois as possibilidades das inversões dos elementos básicos do lead (que podem tornar o texto mais atraente) e por último examina a estruturação geral da notícia, indicando como podem ser ordenadas as informações que o repórter traz, em estado bruto, no seu bloco de anotações. Tudo numa linguagem simples, simpática e, especialmente didática. Um bom manual que deve cumprir suas finalidades.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
20/07/1991

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