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Alternativa, a nova FM e o rádio ganha jornal

Sem qualquer campanha de lançamento, a 28ª Rádio de Curitiba - e a 12ª em Freqüência Modulada - está no ar oficialmente há uma semana: A Alternativa FM - 106.5 MHZ, instalada na Rua Amauri Lange Silvério, 128, no Pilarzinho - bairro em que se concentram já sete outras emissoras. Pertence ao deputado Renato Johnson (PFL) que, entretanto, não aparece oficialmente. Quem responde pela emissora é o empresário Márcio Kaled, proprietário de um posto de gasolina, uma transportadora e revendedor da Brahma. Com uma equipe mínima (apenas seis funcionários) tem como diretor artístico o paulista Caco Olivetti, que era contratado da FM Eldorado. xxx A única informação mais detalhada sobre esta nova FM da cidade foi publicada no número 3 do "Jornal do Rádio", mensário que há três meses está sendo editado pelos radialistas e publicitários João Fiani e Carlos Alberto Cavalheiro, proprietário do Mercado de Idéias - Propaganda e Promoções (Rua Tamoios, 1365, Vila Izabel, fone 242-4347). Com uma tiragem de 20 exemplares, distribuição dirigida, em formato tablóide, 12 páginas, "Jornal do Rádio - A ligação direta do ouvinte", pretende um marketing que estava totalmente esquecido: a valorização do rádio como veículo de comunicação e também "tentando aproximação maior entre os profissionais". Se até os anos 60, a radiofonia - então concentrada em meia dúzia de prefixos AMs (Clube Paranaense, Guairacá, Marumby, Emissora Paranaense, Colombo, Ouro Verde) movimentava a cidade, justificando que todos os jornais mantivessem colunas especializadas, além de revistas que promoviam eventos como "Rainha do Rádio" e escolha dos melhores do ano, hoje este setor não tem a mínima presença promocional. Remunerando pessimamente seus profissionais, utilizando programação mecânica em 90% dos horários e numa disputa antropofágica em termos publicitários, o rádio vive hoje uma era de eclipse (quase) total - que a televisão, o vídeo e, a própria falta de visão dos empresários do setor, provocou. Justamente por acreditar nas potencialidades deste veículo - o mais ágil, portátil e econômico meio de comunicação - é que João Luiz Fiani, paranaense de Palmeira, 28 anos a serem completados no próximo domingo, 8, radialista há 10 anos (*) - que já passou por vários prefixos (Globo, Apolo, 96, Cidade, em Curitiba e também na JB, no Rio de Janeiro), idealizou uma publicação independente, que com um esquema publicitário atuante pretende "tudo fazer para que o rádio e seus profissionais sejam valorizados". Associando-se a um experiente diretor comercial de várias emissoras, Carlos Alberto Cavalheiro, 37 anos, e buscando uma jornalista entusiasmada, Alessandra Barreto, vem produzindo desde junho um jornal despretensioso, com muitas colunas e entrevistas. Neste terceiro número, o destaque é a entrevista com um repórter radiofônico que é o maior exemplo da força popular deste veículo: o deputado e vice-prefeito Algaci Tulio, que tem um prestígio cada vez maior que o leva a ser lembrado, com razão, como o nome ideal para o PDT continuar na Prefeitura de Curitiba - como única opção de vitória dentro dos frágeis quadros brizolistas no Paraná. xxx Voltando a Alternativa FM - uma das emissoras concedidas pelo ex-presidente José Sarney, quando buscou apoio de parlamentares favoráveis aos seus 5 anos de mandato - eis o que revela o seu "proprietário" oficial, Márcio Kaled: o público alvo será a faixa entre 12 a 30 anos. Com uma programação diversificada - do sertanejo ao pop - o diretor artístico Caco Olivetti garante que a "emissora pagará os melhores salários aos seus profissionais". Os cinco primeiros contratados para a equipe são Ari Corione (ex-Manchete, Globo, Recife), Nilza (ex-Mundial, Ponta Grossa), Luís Roberto (ex-Transamérica) - como locutores; Gaguinho (ex-Transamérica, programador) e Lígia Matta (ex-Transamérica, jornalista). Nota (*) João Luiz Fiani é também ator profissional, tendo trabalhado em várias montagens como "Zumbi", "Colônia Cecília" e "Mistérios de Curitiba". Nesta última, foi o único ator da produção curitibana (ao lado das atrizes Lala Schneider e Silvia Amélia) que foi levado para a temporada no Teatro Copacabana Palace no Rio de Janeiro, quando a peça dirigida por Ademar Guerra ali permaneceu em cartaz por três meses.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
04/09/1991
Neto Lobo e a Cacimba is considered the best alternative band of Brazil!

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