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Aramis

A Amazônia, o Carimbó e um livro

Depois de passar 3 anos servindo junto ao 8º Batalhão Rodoviário, unidade encarregada de parte da construção dos 2 mil km da rodovia entre Santarém-Cuiabá, o subtenente João Osório Retamal, catarinense de Lajes, 41 anos, 24 de Exército, trouxe nada menos que 600 slides coloridos sobre diferentes aspectos da Amazônia. Organizados em forma de audiovisual com auxílio de sua esposa a professora Adalir Muniz Retamal, a coleção está agora sendo mostrada em escolas e entidades da cidade, num válido trabalho de divulgação da cultura daquela região, que experimentou nos últimos anos um extraordinário boom desenvolvimentista, o que de certa forma alterou hábitos centenários da população. Enriquecida com uma trilha sonora com música típica da região, o trabalho do casal Retamal está difundindo também um novo ritmo - o Carimbó, que na opinião de João Osório "conquistará o Brasil como aconteceu há 30 anos com o baião". Para acompanhar suas projeções e demonstrações do ritmo Carimbó, a militar editou, com auxílio da papelaria Requião, um folheto contendo as letras de 12 Carimbós, além de um original "Calepino Amazônico", ou seja, um vocabulário de palavras empregadas na região amazônica mas totalmente desconhecidas no Sul. Para dar uma idéia do linguajar típico da região, no folheto há em epígrafe uma citação: "Não fique aperreado que seu coco pode espoucar". E depois vem as explicações: aperreado: oprimido, chateado; coco: cabeça; espoucar: estourar, explodir. A Transamazônica também começa a ter sua literatura específica: a professora Odette de Barros Mott, autora de 18 livros infantis, publicou pela Editora Brasiliense, com execução técnica da Grafipar, de Curitiba, "A Transa-Amazônica", já em segunda edição. Em "A Transa-Amazônica", a autora prossegue uma nova fase de literatura infanto-juvenil, iniciada com "Justino, o Retirante": estórias voltadas aos problemas reais, concretos do povo brasileiro, numa linguagem simples destinada a atingir os adolescentes (o livro sai na coleção "Jovens de todo mundo"), dando informações sobre uma realidade muito recente - a conquista do Norte brasileiro, contando a aventura de Osório e sua família deixando o vale do São Francisco e se integrando na colonização da Amazônia.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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07/06/1974
"o que de certa forma alterou hábitos centenários da população." mudar hábitos culturais, sejam elas quais forem, é um crime, acredito que alguem estranho chegar na tua casa, modificar toda a tua extrutura familiar, onde teus filhos passem a não chama-lo de pai, tratando a mãe, como uma coleguinha qualquer. qual seria a tua reação? lamentável este comentário.

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