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Aramis

A arte de chefiar (em boa paz) um gabinete

O dia em que alguém tiver a iluminada idéia de escrever um bem humorado livro sobre a burocracia oficial, a figura do chefe de gabinete dos donos do poder poderá merecer um dos melhores capítulos. Afinal, em qualquer órgão de administração pública, esta função é fundamental para o êxito do titular do cargo - pois desde os menores problemas administrativos até as mais delicadas questões políticas exigem uma pessoa com jogo de cintura para aparar arestas, acalmar ânimos, entender explosões do "Chefe" e contornar solicitações das mais absurdas. O arquiteto Jaime Lerner, por exemplo, deve benzer aos céus, por ter a felicidade de há 20 anos contar com a dedicação, competência e lealdade de um de seus melhores amigos, o jornalista (aposentado) e advogado Nireu José Teixeira, na chefia de seu gabinete. Hoje com o pomposo título de Secretário Municipal de Negócios, Nireu tem sido, desde 1971, o bom anjo da guarda de Lerner, com seu eterno bom humor, experiência de anos em redação de jornais, vivência de curitibano que nunca deixou sua cidade (e que aqui soube plantar amigos). xxx O governador Roberto Requião foi feliz na escolha de seu chefe de gabinete: Reinaldo de Almeida Cezar, paranaense de Ponta Grossa, advogado, embora jovem, tem os méritos que fazem um excelente caráter e sobretudo pessoa habilidosa. Foi graças a sua competência que o secretário René Dotti passou a maior parte de sua administração num clima tranqüilo, deixando o cargo com um saldo marcante de realizações e, sobretudo - ao contrário de seu infeliz antecessor - estimado pela classe artística do Paraná. Filho de um deputado bem sucedido - deputado Djalma de Almeida Cezar, escolhido para a Secretaria do Trabalho e Ação Social - Reinaldo nas funções que passa a exercer agora será uma ponte indispensável para vários setores - político, secretarias (inclusive a de Cultura que tão bem conhece) e mesmo junto a comunidade. xxx Uma das primeiras substituições na área cultural foi justamente para um setor importante e que vinha mostrando boa produtividade: o Museu da Imagem e do Som. A jornalista Marisa Vilela, que substituiu a Valêncio Xavier, chega com muitos projetos, especialmente na área de vídeo, sua especialização - que lhe valeu inclusive curso nos Estados Unidos. Na administração Requião, na Prefeitura, Marisa tentou implantar o serviço de rádio nos terminais de ônibus - uma idéia antiga e que até hoje não pode ser viabilizada - mas levou à frente outros projetos. Com amplo trânsito na área oficial, respeitada por seus colegas, poderá fazer uma boa administração - dando seqüência ao sólido trabalho que Valêncio Xavier ali soube desenvolver. Quanto a Valêncio, será justo que tenha aproveitamento em função técnica dentro de seu amplo saber - preferencialmente na Fundação Rádio TV Educativa. Aos 55 anos, intelectualmente respeitado em termos nacionais, múltiplo e criativo - cineasta, autor de vários livros, pesquisador e, sobretudo, com uma longa experiência na televisão - tem um know-how e prestígio que o fazem um profissional dos mais capacitados a poder desenvolver um excelente serviço em um setor carente de eficiência como é a nossa nascente TVE.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
19/03/1991

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