A arte de vitraux na mostra de Karim
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 06 de dezembro de 1981
Exposições acontecem todas as semanas, num calendário que faz de Curitiba uma cidade que tem, proporcionalmente, o maior número de vernissages do País. Há exposições importantes outras apenas comerciais, interessantes e comuns. Assim, é necessário saber selecionar o que há de mais importante para se ver.
A mostra que Tulio Vargas programou para o próximo dia 15, na Sala Bandeirante de Cultura, tem a característica de revelar uma nova artista e que emprega uma técnica praticamente rara entre nós. A sra. Karim Schrapp Borges há muitos anos vem fazendo desenhos, tendo inclusive criado uma terna série de ilustrações com tema de Natal que a Segrap editou nacionalmente, com grande êxito. Criativa e procurando sempre novas formas, há alguns meses decidiu dar um novo tratamento a um espelho de sua residência e se interessou pela arte do vitraux, com aplicações de resinas coloridas. O trabalho ficou bom, teve elogios e começou a trabalhar nesta técnica. Hoje já tem mais de 50 peças, com temas que vão desde imagens do casario de Ouro Preto [a] criações abstratas, de grande harmonia cromática.
Assim, mesmo não pretendendo um profissionalismo na área plástica, animou-se a fazer uma mostra individual, que deve atrair muita atenção pela qualidade de seus trabalhos. Antes mesmo que exibi-los, dona Karim já recebeu convites para executar vitraux em residências particulares, uma vez que esta técnica tem hoje poucos artesãos, a se deciarem. Além de dominar a técnica, Karim tem uma visão estética educada com anos de leituras e visitas aos maiores museus do mundo.
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O mercado plástico do Paraná é promissor. Tão promissor que um milionário paulista, Edison Di Bernardi, vendeu a sue galeria Academus, em São Paulo e adquiriu o velho sobrado na Alameda Cabral, 568, onde durante alguns anos funcionou a Casa Alfredo Andersen. Reformou o prédio e ali inaugura agora a "Casa dos Leilões" que promoverá anualmente quatro grandes leilões, dirigidos por um profissional dos ramo, o carioca Waldir. O primeiro será nos dias 14 e 17, sendo que as 480 peças que serão vendidas ao correr do martelo estarão em exposição a partir do dia 14.
Como nem só de leilões vive uma galeria. Edison e sua esposa, Joana, farão mostras especiais, especialmente com artistas consagrados nacionalmente. A cunhada de Edison, Letrícia Trauczinski, já possui uma galeria em Curitiba, a Casa Branka, no bairro do Batel. No leilão da próxima semana, só entrarão artistas paranaenses falecidos, com uma exceção: Érico da Silva. É que Edison e Joana temem que os nossos artistas se ofendam caso os trabalhos leiloados sejam vendidos a preços inferiores ao que fixam e, assim, mineiramente, preferiram recorrer aos falecidos - que não podem reclamar. Érico da Silva é exceção, porque o artista catarinense enriqueceu em parte graças a Academus: é uma galeria que, há anos, vem vendendo seus trabalhos em São Paulo, onde Silva dispõe de grande aceitação.
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Isabel, a charmosa relações públicas da Galeria Ida & Anita, telefona para contar da próxima exposição: uma mostra de três mestres do Sul. Quadros do paranaense Theodoro de Bona, do catarinense Martinho Haro e do gaúcho Ado Malagole estarão a venda na galeria do Shopping Center Batel a partir da próxima semana. Este ano, Ida & Anita conseguiram organizar um dos melhores calendários de exposições, consolidando sua posição em nosso mercado. Para o sucesso das últimas exposições, tem contribuído o bom relacionamento e a simpatia de suas relações públicas. Isabel - tão eficiente, que já foi até namorada por uma concorrente. Fiel, Isabel continua com Ida & Anita.
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