A arte nos livros
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de setembro de 1976
Editar livros de arte no Brasil é empreendimento dos mais arriscados e contam-se nos dedos as iniciativas feitas. Em Recife, o marchand-de-tablaux Carlos Ranulpho vem, , há 3 anos, fazendo algumas edições de alto nível, tiragem naturalmente limitada e a preços evidentemente acima dos Cr$ 500,00por volume. Em Salvador, o gravurista Calazans Neto, fundou há 15 anos a editora Macunaíma, pela qual tem saído alguns dos livros mais bem produzidos no Brasil, além de álbuns de gravuras valorizadíssimos pela sua beleza e tiragem exclusiva.
No próximo dia 7 de outubro, Calazans estará inaugurando uma mostra na galeria de arte do Brazilian - American Cultural Institut em Washigton D. C. quando lançará também o seu novo álbum de gravuras, " Itapuã Céu" (150 cópias, 10 gravuras, texto de Gudio Guerra) Calazans está lançando também através de Macunaíma a 2º edição de " O Sobrevivente" do poeta baiano Carlos Eduardo (300 exemplares, capa e ilustrações de Calazans).
No Rio de Janeiro, Gastão de Holanda pela Editora Fontana, tem feito edições de arte, como " O Interior da Matéria" poemas de Joaquim Cardoso ilustrados por Roberto Burlke Marx, edições encomendadas " Debret" para Metal Leve S. A . "O Palacete do Caminho Novo", para a Universidade do Rio de Janeiro), além de edições comerciais como " As Escolas de Samba" de Sergio Cabral. Agora, a Fontana está editando uma revista de literatura, crítica e arte. " José" já em seu terceiro número.
Uma citação do padre Antonio Vieira " Cede-me como experimentado que mais haveis de aprender nos bosques que nos livros" foi escolhida pelo pintor capixada João Henrique para o poster-catálogo de sua primeira individual em Curitiba (Acaiaca, terça-feira 21 horas). Aos 41 anos, 11 anos de premiações em importantes salões nacionais, João Henrique tem como motivação das telas que traz agora a Curitiba principalmente paisagens de Cabo Frio e Espírito Santo.
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