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Aramis

Artigo em 06.10.1978

Paulo Diniz é um dos cantores-compositores que maiores provas de confiança tem merecido da Odeon. Embora desde "Black To Bahia", há sete anos, nunca mais tenha emplacado um grande sucesso popular, continua a merecer crédito para gravar bem acabados elepês. Talentoso e com boa imaginação - mas infelizmente insistindo em trabalhar com um parceiro limitado (Odebar), Paulo Diniz não acrescenta muito à sua carreira com seu novo disco ("E Marca Ferrada"). Como sempre faz, Paulo se volta a poemas antológicos adaptados a música: depois de trabalhar sobre poesias de [Drummond] e Bandeira, adaptou agora "Essa Negra Fulô" de Jorge de Lima. Carlos Dafé, cantor e compositor que apareceu há pouco no mercado nacional, anda em maré baixa: sofreu dois acidentes de trânsito e teve que cancelar vários compromissos. Paralelamente, a WEA lança seu segundo lp ("Venha Matar Saudades"), com dez novas composições - mas sem nenhum destaque maior. Dom Beto, que em dupla com Beto Scala há anos já vem insistindo em divulgar suas composições, ganha agora chance de fazer seu primeiro lp: "Nossa Imaginação". A chance foi dada por Guto Graça Mello, da Sigla, e entre outras músicas capazes de aparecerem em breve, com ajuda, evidentemente, da força das telenovelas, está "Menina Mulher". Falando em trilha sonoras, não pode ria ser das melhores a trilha sonora de "Gina", reunindo algumas das mais belas músicas do início dos anos 60 ("Eu Preciso de Você", "Lua Cheia", "Castigo", "Você e Eu", "Coração Vagabundo", "Desafinado", etc.). Um belíssimo disco. Outro bonito disco é o lp que a Continental lançou em homenagem ao 50º ano da morte de Américo Jacomino, o Canhoto (1889?-1928), um dos grandes chorões brasileiros, autor de páginas antológicas como "Abismo de Rosas" - uma das mais conhecidas valsas brasileiras. Para executar 12 das mais bonitas músicas de Canhoto, J.L.Ferrete, produtor do lp, convocou excelentes violinistas: Paulinho Nogueira, Edson Lopes, Antonio Rago, Roberto Ramos, Nelson Andráos, Celso Machado (de quem Marcus Pereira lançou recentemente um lp), José Franco, Nelson Cruz, Eraldo Souza, [Sebastião Tapajós], Luiz Américo Jacomino (filho do homenageado) e aproveitou um antigo registro que Dilermando Reis fez de "Amor de Argentina". Aproveitando a presença de Raul de Souza (o nosso Raulzinho, que viveu em Curitiba entre 1958/63), no I Festival Internacional do Jazz (SP, 11-18 de setembro), a Capitol lançou simultaneamente aos EUA o seu novo lp "Don't Ask My Neighbors", onde o trombonista mostra toda a sua forma. E por último, temos o "maldito", Walter Franco, autor da mais absoluta vanguarda, que após dois elepês "suicidas" na Continental (que nada venderam, mas impressionaram muito à crítica) teve chance de fazer um novo disco na CBS, gravadora que, felizmente, modificou sua linha de produção.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
3
06/10/1978

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