Artigo em 26.04.1992
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 26 de abril de 1992
Enquanto os filmes brasileiros produzidos nos últimos anos não conseguem lançamento nem mesmo em vídeo, as minisséries chegam em suas reduções. Por exemplo, a Globo está faturando agora em vídeo, numa edição de 305 minutos, o seriado "Riacho Doce", escrito por Aguinaldo Silva e Ana Maria [Mortsohn], baseado no romance de José Lins do Rêgo, estrelada por Fernanda Montenegro, Carlos Alberto Riccelli, Vera Fischer e Luiza Thomé.
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Baseado na autobiografia de Siron Wiesenthal - o famoso "caçador de nazista" que, entre outros criminosos de guerra, foi quem localizou Eichmann na Argentina e por muito tempo tentou descobrir Joseph Mengelle no Brasil, "Max & Helen - Uma Longa Procura" pode interessar ao menos a colônia israelita. Dirigido por Philip Saville conta a busca que Max (Teatr Willians, de "Hair") faz de Helen (Alice Krige, de "Carruagens de Fogo"), sua grande paixão e da qual está [separada] há anos. Simon Weisenthal aparece interpretado pelo ótimo Martin Landau (visto ainda recentemente em "Tucker"). Edição da Globo Vídeo.
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Apesar dos elogios que o curitibano Roberto Belotti, "consultor de vídeo" fez a respeito - ganhando até página publicitária na edição de abril do "Jornal do Vídeo", "Paris Trout", 91, de Stephen Gyllenhal, já visto no circuito e agora lançado pela Video Arte do Brasil é decepcionante. Na pretensa linha de filme-denúncia sobre racismo tem um roteiro confuso e traz Dennis Hopper, normalmente um bom ator, numa das mais lamentáveis atuações de sua carreira. Perda de tempo!
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Cada vez mais [consolidada] como o grande veículo especializado no Brasil, "Jornal do Vídeo", de Oceano Vieira parte para esquemas internacionais: associada ao Moving Pictures, produziu uma edição especial sobre o mercado brasileiro de cinema, televisão e vídeo que estará sendo distribuída durante o próximo festival de Cannes. Paulo Goés, profissional da maior competência, tem sido a grande presença na editoria internacional do "Jornal do Vídeo", que chega ao número 75, em 7 anos, com nada menos que 126 páginas.
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Para compensar o decadente pacote que trouxe em abril, a Video Arte do Brasil - que tem ótimas apresentações - anuncia a compra de "Mediterraneo", Oscar de melhor filme estrangeiro-92 e que anteriormente já havia ganho o "David de Donatello", no ano passado. Comédia com ação passada durante a ocupação italiana na Grécia na II Guerra Mundial, focaliza um grupo militar italiano, sem rádio para inteirar-se dos acontecimentos mundiais que esquece da guerra e se integra ao dia-a-dia da ilha.
Mas antes de sair em vídeo, o filme terá lançamento no circuito de 35 mm, já que a vídeo Arte associou-se a Palyarte Pictures para esta aquisição.
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