Assembléia na cultura, é o que Alencar propõe
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 15 de agosto de 1986
- O plenário é soberano, mas a desorganização da Assembléia Legislativa é tamanha que não cumpre sequer as suas determinações.
A reclamação é do feroz deputado Osvaldo Alencar Furtado, que tem solicitado reiteradas vezes que retornem para votação os projetos retirados por determinado período e que, estranhamente, ficam longe da discussão dos parlamentares.
É o caso do projeto de resolução que cria a Assessoria Cultural do Legislativo.
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Aprovado em 1ª e 2ª discussões e com o apoiamento de 21 dos ilustres parlamentares, foi retirado por 10 sessões legislativas. Passaram-se mais de 50 outras e a matéria não retornou para aprovação em terceira discussão.
Identificado com a classe artística do Paraná - da qual tem sido um corajoso porta-voz no Legislativo, especialmente na denúncia dos desmandos que ocorriam até há pouco na infeliz Secretaria da Cultura e do Esporte, - Alencar Furtado quer ver o seu projeto aprovado. Afinal, de acordo com as disposições regimentais o Projeto de Resolução não necessita da sanção do governador e pode ser promulgado pelo presidente da Assembléia.
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Inspirado no exemplo do Rio Grande do Sul, onde a Assembléia Legislativa tem uma atuante participação cultural - e também observando outros Estados, nos quais existem consultorias e assessorias parlamentares - Oswaldo Alencar Furtado apresentou, em 20 de maio de 1985, o seu projeto de criação de assessoria cultural, não só para auxiliar os deputados (na maioria das vezes, sem maior identificação com a área) mas, principalmente movimentar espaços do Legislativo com eventos significativos. Em Porto Alegre, o auditório da Assembléia é um espaço aberto a grandes eventos, numa prova de democracia do Legislativo gaúcho para a comunidade. No Paraná, em toda sua história, conta-se nos dedos os acontecimentos culturais que ocorreram na Assembléia.
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