A bela Karim vai ensinar arte de dançar a lambada
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de janeiro de 1990
O forró nunca chegou, propriamente dito, a influir nos modismos musicais-lazer dos curitibanos, o deboche que o baiano Luiz Caldas industrializou a partir do Carnaval de 1985 pouco se ouviu nas rádios e nos bailes carnavalescos e a lambada, até agora, é apenas uma referência longínqua - embora na geléia-real do marketing do consumo, alhos por bugalhos fazem com que muita coisa seja vendida como se fosse lambada. Coreograficamente, a lambada tem muito de sensual e pode até se tornar um modismo também no Sul. Ao menos é assim que pensa uma bela modelo curitibana, Karim Carlberg, 29 anos, que também é bailarina e coreógrafa. Conseguiu dividir seu dia entre a gerência de uma corretora de seguros, posar para fotos operadas por seu namorado, o francês Laurenze Roger, e a direção de uma academia de lambada, cujos resultados deverão ser apreciados dentro de três semanas num concurso que deseja promover em tablado armado numa das praias paranaenses.
- "Vamos ver se o verão paranaense tem um pouco mais de ritmo - diz Karim, bailarina, coreógrafa, que está sempre com os olhos voltados ao que de novo acontece e que há 5 anos, quando o break deixava as ruas de Nova Iorque para se transformar num modismo (temporário), também trouxe-o em aulas da sua Academia Karim Corporal (Avenida João Gualberto, 2029, fone 253-3650).
Sem poder dar aulas há mais de dois anos - devido a um problema de saúde, mas compensando este afastamento com suas atividades como requisitada modelo do bailarino e executiva de vendas, Karim volta na próxima semana, ao lado do bailarino Beto Perna. Para ela, a lambada tem a sensualidade, o colorido e os desenhos que a fazem uma dança fascinante" - razão de ter explodido internacionalmente e fazendo o caminhar ao inverso: foi primeiro conquistar a França, através do grupo Kaoma (que vendeu 4 milhões de cópias), para só no ano passado chegar ao Brasil.
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