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Aramis

Bia, Brasil-México

Depois de dez dias em Curitiba, revendo sua mãe, a professora Maria das Dores, a artista plástica Bia Wouk viaja hoje para São Paulo, onde fará um individual (30 telas), na galeria Paulo Figueiredo. Seu marido, o diplomata João Almino de Souza Filho, atualmente servindo como adido cultural na Embaixada do México, viaja logo para a Cidade do México, mas Bia ainda algumas semanas no Brasil. xxx A curitibana Bia Wouk residiu 5 anos em Paris e depois, já casada com João Almino, teve uma dura experiência ao viver na conflitada Beirute. Agora, morando no México, desenvolve novas técnicas de pintura e só lamentou não poder, desta vez, fazer uma individual em Curitiba - o que está previsto para 1984. Há alguns meses, Bia fez uma grande mostra no Foro de Arte Contemporânea, na Cidade do México. João Almino ao lado de suas atividades diplomáticas é um organizado escritor. Um projeto antigo - o romance << Fantasia Para Um Plano Piloto >>, que havia sido interrompo quando se dedicou a elaborar sua tese de doutorado, defendido na Sorbonne (e editado no Brasil pela Brasiliense: << Os Democratas Autoritários >>) está agora em fase de revisão e deverá ser lançado nos próximos meses. Após a estréia no Teatro do Sesi, quinta-feira à noite, Sebastião Tapajós e Maurício Einhorn, mais alguns amigos, foram jantar numa pizzaria. Ali chegou o compositor Gerson Fisbéin, que havia desembarcado poucas horas antes no Galeão, vindo de 60 dias nos Estados Unidos. Entre descrições de suas aventuras americanas e sua desilusão com o sonho americano, Gersinho relatou a noitada jazzística que teve no Village, em Nova Iorque, com outro curitibano, Celso Pirata (Celso Lacher), há quatro meses vivendo no bairro de Queens e sobrevivendo com eventuais shows num bar (<< Amazônia >>) e trabalhos de ator numa peça infantil. Percorreram os quarteirões do Village, repleto de casas de Jazz e, numa delas, Gersinho se entusiasmou com o show anunciado: Thoots Thilleman. Quis entrar - << eram apenas US$ 10 >> - mas Pirata não se entusiasmou. Mais adiante, outra casa anunciava Al Jarreau. Também não entraram. Maurício Einhorn, o melhor executante de harmônica de boca no Brasil, amigo pessoal e o maior fã de Thoots, o grande virtuose mundial deste instrumento, perguntou a Gersinho: - Quer dizer que você não assistiu Thoots para economizar US$ 10. E deu para trazer o dinheiro de volta? - Sim. Voltei com alguns dólares. Inclusive tenho aqui os dólares que carregava naquela noite. Maurício não teve dúvidas: - Então eu lhe compro estes US$ 10 para guardar na minha galeria de troféu de Thoots: << Os dólares que Gersinho não viu Tiellemans >>. Negócio proposto e aceito. Fisbein passou a nota de US$ 10 dólares a Ainhorn e recebeu Cr$ 13.200,00 - na cotação de ontem. FOTO LEGENDA - Bia: exposição em São Paulo.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
18/10/1983

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