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Aramis

Brinquedos de Ontem

Houve uma época que não está tão distante assim - que as crianças faziam seus próprios brinquedos. É bem verdade que a cidade era diferente: nas ruas não haviam tantos automóveis, a cidade não tinha muitos prédios - a grande atração era o edifício Moreira Garcez, na Avenida Luiz Xavier, que com seus oito andares era o único "arranha-céu" de Curitiba e, mesmo no centro existiam muitos terrenos baldios. E nestes terrenos, as crianças brincavam livremente praticando esportes, empinando pipas, disputando campeonatos de bolinha-de-gude (ou burico), e pião, enfim, fazendo muitos folguedos que, pouco a pouco, foram sendo esquecidos. Hoje, os esportes são praticados em locais previamente determinados - e ainda insuficientes, com professores e orientadores. Os terrenos baldios desapareceram - dando lugar a grandes prédios residenciais e mesmo nos bairros mais distantes são raros os espaços verdes, onde os garotos possam jogar futebol. Com isso se perdeu muito da poesia, pureza e encantamento dos brinquedos de nossos pais e irmãos mais velhos. Como tudo se transforma, também os brinquedos modificaram-se. Hoje há novos [entretenimentos], os chamados brinquedos criativos, em que a eletrônica substitui, na maioria das vezes, a inventividade dos pequenos, que, antigamente, faziam suas próprias pipas, montavam balões, improvisavam seus carrinhos. Não é ser saudosista, lembrar neste canto de página, um tempo que já se foi, mas, é importante que as crianças de hoje - desta trepidante década de 70 conheçam um pouco dos puros brinquedos anos 20, 30, 40 e 50 - que tantas recordações trazem aos seus papais e mamães. A Prefeitura, que tanto se preocupa em fazer praças e locais de recreação, que inclusive mantém um dispendioso Centro de Criatividade no Parque São Lourenço, poderia, através de seus funcionários, promover uma série de eventos, destinados a mostrar as crianças de agora, como se empinava papagaio, as emoções de um campeonato de bolinha-de-gude ou pião. Aqui fica a idéia, a quem possa realizá-la. LEITURA - Falemos hoje de mais um livro de "titia" Lucília Junqueira de Almeida Prado, a respeito do qual já mencionamos seus trabalhos anteriores - "Uma Rua Como Aquela" e "Rei do Mundo". Hoje falamos do livro "Depois do Aguaceiro", 176 páginas, lançado pela Editora Record. São 15 estórias curtas, escritas com graça e sensibilidade, repletas de ensinamentos aos pequenos (e grandes leitores).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Caderno Estadinho
No mundo do Cazuza
2
13/02/1977

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