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Aramis

As capas de Andreato

Mais um paranaense que venceu nacionalmente: Elifas Andreato, que nasceu ao Norte do Estado mas fez carreira diretamente em São Paulo, é hoje o mais requisitado ilustrador pelas editoras e fábricas de discos. Depois que a capa do último álbum de Vinícius de Moraes e Toquinho foi considerada a mais bela de 1975, por uma revista americana, então os trabalhos não cessam. Um dos mais recentes foi para o novo LP da cantora Márcia, intitulado "Ronda" , título da música de Paulo Vanzoline. *** Agora, a Editora África, está lançando a coleção Nosso Tempo, com livros de Flávio Aguiar ("Ora Pro Nobis") , Murilo Rubião ("O Pirotécnico Zacarias") , Luiz Viela ("Tremor de Terra") Garcia de Paiva ("Os Agricultores Arrancam Paralelepípedos") e "A Morte de D>J> Em Paris" de Roberto Drummond, todas com capas e ilustrações de Andreato. E são excelentes trabalhos gráficos, com toda a força, estilo e personalidade que faz o desenhista paranaense absolutamente original em suas concepções. *** Os quatro primeiros títulos são lançamentos mas "A Morte de D.J. Em Paris" sai em segunda edição. Um dos contos, "Isabel Numa Quinta-Feira", segundo foi noticiado em janeiro último, teria a personagem inspirada em Angela Diniz, a pantera de Minas, assassinada por seu amante, "Doca" Street, as vésperas do ano novo, em Búzios, RJ. Último parágrafo no belíssimo conto de Drummond: "e fomos conversando e bebendo, Ray Charles cantava, às vezes Isabel ia na cozinha...quando eu a beijava, ela ela dizia para eu esperar a sétima lua depois de Pentecostes, tomamos banho numa banheira como aquela dos anúncios do Sabonete Lever, Isabel apagou todas as luzes e acendeu velas e nós jantamos, ela me chamava de Philips e eu a chamava de Elizabeth, dançamos de rosto colado e apareceu a sétima lua depois de Pentecostes, navegamos num mar de lençol, pele e lua, as estrelas enfiadas nos cabelos dela, senti que as mulheres começavam a morrer e foi então que aconteceu...se doeu? Na hora, não, depois eu engordei 20 quilos e fiquei assim, como você me vê, gordo como um buldog, eu sou um buldog e, de noite eu não durmo: de noite eu converso com os pirilampos e se a lua é loura como Isabel eu fico uivando..." *** Todos os livros desta coleção Nosso Tempo são acompanhados de um encarte denominado "Suplemento de Trabalho", destinado aos estudantes fazerem apreciações a respeito do estilo e conteúdo de cada obra. Realmente, a Editora Ática se preocupa basicamente com o público universitário, mantendo aliás uma fundamental coleção para edição de teses universitárias, na qual saíram algumas das mais importantes pesquisas desenvolvidas nos vários campos do conhecimento, nestes últimos anos. *** E já que falamos hoje de livros, a L&PM, de Porto Alegre, está lançando a segunda edição de "É Hora de Mudar" (120 páginas Cr$ 45,00), contendo na integra o texto original dos explosivos pronunciamentos realizados pelo senador gaúcho Paulo Brosssard no Congresso Nacional, nos dias 6, 9 e 10 de maio. A primeira edição, lançada no dia 28 de maio, em Porto Alegre, esgotou em cinco dias. A nova edição é de 5 mil exemplares. Outro lançamento da L&PM que já está caminhando nas listas de best-selles é "As Cobras & Outros Bichos"(inclusive os homens) de Luís Fernando Veríssimo (128 páginas, Cr$ 38,00). É uma ampla coletânea de cartuns e muitoi humor - inteligente e mordaz, onde o cronista do "Jornal do Brasil" e autor de "O Popular" e "Grande Mulher Nua" mostra todo o seu talento com desenhos de humor e a série "As Cobras", onde através de personagens irônicos e sistematicamente engraçados, o filho do grande Érico Veríssimo traça um painel contundente dos dias que vivemos. Excessos & Excessos Em um dia de fiscalização na BR-116 (19-6-77), a Polícia Rodoviária Federal constatou nada menos que 52 casos de infrações do Código Nacional do Trânsito, 45 dos quais por excesso de velocidade. Mas o interessante é que a máxima constada foi de 112km/h, ou seja 32km/h a mais do que o permitido (80km/h), quando, anteriormente, havia casos de até 150 km/h, principalmente de motoristas de veículos de grande potência. *** Uma das conclusões a que se chega é de que as infrações continuam, é claro, mas muitos motoristas acham que correndo menos de 100 km/h - mas mais de 80 km/h - podem passar desapercebidos. Engano que custa caro, pois a cada quilômetro, no momento e hora menos esperado, está o radar da PRF. E embora a Polícia Rodoviária não tenha como meta multar os motoristas, nada pode fazer após constata a infração. *** As 45 multas por excesso de velocidade, aplicadas na BR-116, no último domingo, totalizaram Cr$ 7.346,70.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
24/06/1977

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