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Aramis

Cartas

Antônio Bittencourt Ferreira - (Bela Vista do Paraíso) - "1990. Há quinze anos foi fundada a primeira Agrovila no Paraná. Agrovila surgiu de um desejo. As coisas quando surgem do desejo nascem belas por natureza. Nascem também perfumadas. Por isso Agropar nasceu bela e perfumada. Bela porque a enfeitam as cercanias verdes e os vales floridos. Perfumada nas manhãs de sol, quando as crianças cheiram talco e as mamães se contaminam com cheirinho do bebê nas trocas de fraldas. Carrinho de bebê, Árvores. Sombras. Bebê, mamãe e flor, coisas dadas por Deus e que formam um trio de arte e beleza. Agropar é assim. Nela há poesia e música. Os moleques assobiam. As meninas cantam e gritam e em algazarra povoam ruas, parques e logradouros. As mamães fazem almoço. As crianças de volta dos passeios abraçam-nas. Os papais trabalham. Agropar não tem igrejas e nem professores. Às orações e aulas são transmitidas pela televisão. As crianças em Agropar fazem o que querem. Elas têm liberdade até de pintar careta na cavera do vovô. Os rapazes e moças também gozam das mesmas regalias. Podem quebrar lâmpadas, vidraças, utilidades públicas se assim o desejarem. Faz muito tempo que o Serviço Público especializado em reparos danos está sem fazer nada por falta de estragos. Se as crianças, rapazes ou moças praticam atos anti-socias vão ao psicanalista e este procura nas definições a planta que está tentando nascer. Reprimir pertence ao passado. O serviço mais poderoso em Agropar é o de Proteção ao Meio Ambiente. Tal serviço luta contra a poluição do ar, sonora, religiosa e intelectual. E` proibida a locomoção de veículos na Agropar. E` proibido o sermão. A criança, o rapaz e a moça somente assistem as aulas que desejam. Agropar é assim. Se vocês quiserem conhecê-la procurem trazê-la da irrealidade para a realidade. Se quiserem avaliála perguntem a uma dessas crianças vivas e felizes e que nasceram em Agropar: Quais as liberdades fundamentais? - As que constam do Código de Ética. Quais os direitos? - Todos Se tiver algum que não conheço dá-mo agora e já.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Panorama
1
14/04/1973

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