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Aramis

Cartas

Rutenlinda dos Prados (Curitiba) - "Não sei como, mas a verdade é que, nestas últimos dias, interessei-me pela coluna "Cartas". Isto aconteceu porque nela escreve alguém que se diz ser Ana Yaroslavna. Ela, com seu estilo bastante singular, tem tocado em assunto do meu interesse. Por exemplo, numa das vezes, fala das freiras (...) Diz ela que, certa vez, observou um grupo de freiras, exibidas e tagarelas e, se não me falha a memória, também se refere à beleza delas, entocada num hábito antiquado, etc. De fato é vardade. Acontece porém que as freiras têm as suas, leis os seus princípios, que conscientemente aceitaram, entrando nos conventos é totalmente delas em resolver a inconveniência dos hábitos. Trocando-os por exemplo, pela frente única. (...) Quanta beleza entocada: achei justa a observação. Conheço muitas moças feia que se tornou bonita entrando num convento. Nela, ela aprendeu a ser virtuosa (...) Muita belezura por este mundo a fora passa despercebia e não apreciada, pelo simples fato do andar enfumaçada pelas nuvens, que são, nada mais nada menos, do que o vício, este grande responsável pela destruição de tanta beleza feminina com que Deus, tão prodigiosamente, quis enfeitar a exigência dos homens. E por que elas devam andar cabisbaixas, carrancudas, tristes? Elas têm a paz de consciência, disponibilidade, desprendimento, otimismo, , fábricas de real, verdadeira alegria. O que me deixou triste, triste menos, foi a afirmação de que freira é capaz de judiar dos filhos alheios, simplesmente pelo fato de não ter um seu. (...) É pelo fato de uma freira não ter filho seu que pode dedicar-se inteiramente aos filhos dos outros, fazendo isso com toda disponibilidade de uma mulher livre, corajosa, pronta para enfrentar toda e qualquer responsabilidade que por ventura lhe trouxerem os filhos alheios. (...) O coração da freira é por demais sensível, bom e dedicado e nunca seria capaz de desejar um mal para ninguém tão pouco para uma criança. Ele apenas sabe amar e doar-se para com aque les que lhe foram confiados estudantes órfãos, doentes, transviados, cabeludos, todos eles filhos de Deus, portanto com uma grande dose de belezas divinas, muitas vezes ocultas e adormecidas do fundo do seu coração. Para mim a estória de um homem ou uma mulher andar atacando padres e freiras, estas criaturas, que nada devem para ninguém, mas que muitas vezes desde madrugada até à noite trabalham por um mundo melhor não me cheira bem E` qualquer coisa de termologit que se usa nos consultórios dos psicanalistas e, se não me engrossa, é "frustração". xxx N. da R. - Esta seção é do reitor. Está livre, sempre foi aberta a opinião de todas as matizes Mas, por favor, mande o nome completo e o endereço. E assine acarta. Se o leitor tiver algumas razão para não se identificar, nós lhe asseguramos o sigilo do nome. No caso de cartas ser publicada.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Panorama
1
03/03/1973

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