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Aramis

CD em ascenção conquista o mercado

Meia dúzia de lojas em Curitiba que praticamente estão se especializando em discos laser, enquanto outros pontos de vendas - mesmo de espaços mais populares, como supermercados e lojas em bairros abrindo amplos balcões para CDs, uma nova e sofisticada empresa - a Ultra Disc, inaugurada há poucas semanas na Rua Augusto Stresser, - com uma grande mídia promocional, confirmam aquilo que poucos acreditavam: mesmo com todas as dificuldades econômicas do país, a sofisticação do CD prova que existe muitos milhões de cruzeiros para circular nesta faixa específica de mercado. As previsões de que haveria necessidade de uma década para o LP de vinil ser substituído pelo CD tem que se ajustar para uma nova realidade: 503% de crescimento em apenas três anos, como lembra o editorial da "Revista CD" (Editora Globo, número um, abril de 1991, Cr$ 800,00, 82 páginas), sofisticadíssima publicação para preencher um espaço de informação que cresce no Brasil. Como analisou esta nova revista, quando Thomas Edison inventou o fonógrafo, em 1887, com certeza muita gente acreditou que aquele seria o marco definitivo na técnica da reprodução sonora. Mas, decorridos apenas dez anos, outro americano - Emile Borliner criava o gramofone. Esse é um exemplo de como seria imprudente afirmar que o compact disc (ou a fita cassete DAT, ainda não lançada comercialmente no Brasil) representa o limite da perfeição fonográfica. Mais de 2 mil títulos a disposição, só em termos de ofertas nacionais, para milhares de pessoas que, dia a dia, vão conseguindo comprar seus aparelhos de CDs. Acervos vem sendo reciclado e passados para a perfeição do CD e o mercado só tende a crescer. As grandes multinacionais começam a suprir edições em vinil para clássicos e jazz - só fazendo em fitas-cromo e CDs - enquanto outras etiquetas - como a Movieplay, atuando no mercado desde agosto de 1988, atua exclusivamente com CD. A sony (ex-CBS) e polygram disputam o mercado erudito com suplementos excelentes que suas coordenações no Brasil - Maurício Quadrio pela Sony, a jovem Fátima, que substitui a Leo Barros na Polygram - vem, criteriosamente ordenando. Enfim, o céu é o limite para estes tempos de som puro - que abrangem desde as reedições históricas como fazem os bravos Leon Barg e Chico da Moto Discos - até as mais avançadas produções internacionais.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
4
12/05/1991

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