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Aramis

Chico & Bethânia

Faz mais de uma década que a gravação de shows musicais resultam em ótimos resultados de vendas. Afinal, é uma forma de preservar momentos perfeitos (ou não) da MPB nos palcos (teatros, boates, faculdades) e, democraticamente, permitir que o público da mais distante cidades conheça, ao menos auditivamente, os momentos de calor & emoção musical, presenciados pelos privilegiados espectadores das grandes capitais. E quando um show reúne as duas maiores estrelas do elenco nacional Philips - Chico Buarque & Maria Bethânia, o resultado só pode ser o disco (que merece ser ) de maior vendagem do ano. Há mais de 10 semanas, Chico e Maria lotam o Canecão, no Rio de Janeiro, com um espetáculo que permanecerá no mínimo mais um ano com casa lotada com antecedência. E que pode ser levado em qualquer parte do Brasil, com garantia de lucros imensos. Como tão logo o espetáculo não deixará o Rio de Janeiro, para quem não for a Cidade Maravilhosa e conseguir lugar na maior cervejaria do mundo, a solução é se contentar com este registro dos principais momentos do show, lançado pela Philips (6349146, agosto/75) que embora conste como gravado ao vivo, foi registrado em estúdio, com aplausos adicionais, para garantir maior qualidade sonora. É um disco-show e assim tem que ser compreendido. Um trabalho para consumo, com ótima qualidade, mas sem uma proposta de pesquisa - o que aliás no caso de Chico Buarque está cada vez mais difícil. Maria Bethânia, como observou o inteligente crítico Luis Augusto Xavier, em sua coluna no "Diário do Paraná", ao contrário de seus discos-shows anteriores, desta vez canta as músicas por inteiro. Acompanhado por orquestra sob regência do maestro Gaya, com arranjos de viola e guitarra do ótimo Luis Claudio, que ao lado do Terra Trio também participou dos arranjos de base, e mais o garoto Franklin na flauta, Zé Maria no piano, Fernando no baixo, Ricardo na bateria e Bira da Silva na percussão, Chico & Bethânia Ao Vivo é um disco da melhor MPB, com músicas de outros autores. O lado A abre com "Olé, Ola", até hoje uma das melhores músicas de Chico, em sua primeira fase (lançada por Nara Leão, em 65), seguida do belíssimo "Sonho Impossível" (The Impossible Dream), de Mitchel Leight, em versão de Chico e Ruy Guerra, do "Homem da Macha", em seguida aparecendo, com Chico ou Maria, alternando-se ou em dueto, músicas como "Sinal Fechado" (Paulinho da Viola), "Sem Fantasia" (Chico), "Sem Açúcar" (Chico), "Com Açúcar" (Chico), "Camisola do Dia" (Herivelto Martins-David Nasser), "Notícias de Jornal" (Luis Reis-Haroldo Barbosa), "Gota D'Água" (Chico) e "Tanto Mar" (Chico), este só em instrumental. No lado B, temos: "Foi Assim "(Lupicinio Rodrigues), "Flor da Idade" (Chico), "Sem Querer" (Chico), "Cobras e Largatos" (Sueli Costa - Herminio Belo de Carvalho), "Gita" (Raul Seixas, "Quem Te Viu, Quem Te Vê (Chico), "Vai Levando" (Chico-Caetano Velloso) e encerrando com "A Noite dos Mascarados", outra das obras primas de Chico, ingênuo, romântico e idealista, de dez anos passados. Chico, abre e termina o disco. Com saudades do passado.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
57
24/08/1975

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