A Cidade & O Tempo
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 11 de janeiro de 1975
Enquanto trabalha na elaboração de um livro com uma visão pessoal de "Curitiba de ontem e de hoje", a professora Nely Valente Almeida, licenciada em Geografia e História pela Universidade Federal do Paraná e interessada em pesquisas sobre nossa cidade, acaba de publicar um breve e útil "Esboço Histórico da Justiça de Curitiba". De especial interesse aos que se dedicam as causas da justiça, o trabalho de Nely Almeida dá uma divulgação mais ampla a um dos documentos mais antigos existentes em Curitiba, naquilo que fala de perto sobre sua história jurídica. O documento foi transcrito do livro original pelo historiador Francisco Negrão no ano de 1926 para os arquivos públicos municipais. Trata-se dos famosos provimentos deixados por Raphael Pires Pardinho (1697-1761), Ouvidor Geral das Capitanias do Sul (1717-1743), quando em correição na Vila de Curitiba. Aqui, o Ouvidor Pardinho permaneceu de setembro de 1720 a fevereiro de 1721, tendo sido para "aquele pequeno vilarejo, chamado pelo próprio Ouvidor de "remota terra", um mestre que os orientou política, moral e administrativamente. Muitas de suas diretorias foram transmitidas oralmente. As que ficaram escritas, são chamadas de Provimentos e, em Curitiba, eles foram em numero de 129, para orientar "aqueles homens ainda um tanto fora da lei dos bons costumes", segundo o próprio Ouvidor.
Assim, publicando os 129 Provimentos de Rafael Pardinho, o livro editado por Nely Valente Almeida tem o mérito de dar uma maior divulgação a um importante aspecto de nossa história - tão necessária de ser conhecida e valorizada.
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Quem é capaz de dizer o nome do homem que idealizou o Marco Zero na Praça Tiradentes, inaugurado em 1937? Dificilmente alguém saberá responder e por isto aqui fica o registro, para anotação, no mínimo, pela bibliotecária Maria Maeder Gonçalves, diretora da Casa Romario Martins, responsável pela organização do Arquivo Histórico de Curitiba: foi o advogado e jornalista Américo R. Netto, que faleceu em 30 de novembro de 1974, em São Paulo, após longa enfermidade. Pernambucano de Recife, começou no jornalismo em 1911, no "Diário de Pernambuco", formando-se em Direito em 1916. Deixando Pernambuco, radicou-se em São Paulo, onde durante 40 anos foi redator d' "O Estado de São Paulo". Em 1924, chefiou a delegação brasileira à VIII Olimpíada, em Paris. Idealizou o Marco Zero na Praça da Sé, em São Paulo, e o de Curitiba, inaugurados em 33 e 37, respectivamente. Estudioso de turismo, foi um de seus pioneiros, organizando "bandeiras" automobilísticas entre São Paulo - Rio, Circuito das Águas e o Circuito de Três Capitais. Professor de História e Psicologia Educativa, foi fundador da Escola de Educação Física de São Paulo.
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