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Aramis

A cidade & as ruas

Se um cidadão se aventurar, à noite, a encontrar um endereço desconhecido em bairro da cidade - e mesmo algumas ruas centrais - pode se munir de uma grande dose de paciência, boa vontade e, de preferência, com uma lanterna de mão de muita lluminosidade. Só assim poderá encontrar o endereço desejado, pois um dos problemas que vêm se arrastando há décadas é a falta de uniformidade na nomenclatura e o número das residências na cidade - o que se aparentemente parece um tema de somenos importância, irrita qualquer indivíduo quando tenta encontrar um endereço. De princípio, em pouquíssimos bairros os nomes das ruas estão colocados em placas visíveis, em postes bem iluminados, de fácil localização. As placas são pregadas, na maioria das vezes, em residências particulares, afastadas da rua, encobertas muitas vezes por vegetação ou por parte da própria casa cuja parede lhe deu abrigo. Ora, à noite, hão há condições de verificar o nome da rua e assim saber se está ou não no caminho certo! A não ser que, se arriscando a ser atacado por cães de guarda ou mesmo confundido com marginal, adentrar pela propriedade privada e verificar, de perto o nome escrito na placa. xxx Se o cidadão consegue encontrar o nome da rua, depois vem o problema da numeração: as placas ainda menores, numa ordem que absolutamente não é nada racional, a tarefa então se complica mais. Há casos em que, misteriosamente, desaparecem várias dezenas de números, de forma que o pesquisador - pois nestas alturas a tarefa já adquiriu dimensão de verdadeira pesquisa - tem que esquecer a racional tendência de que os números devem subir ou descer numa determinada via, e confiar na sorte. Se tiver! xxx Considerando estes problemas, o Instituto de Pesquisas e Planejamento Urbano de Curitiba, qual ao lado de seus planos grandiloqüentes para uma Curitiba do ano 2.022, está há tempos prometendo um estudo que traga maior racionalização na colocação das placas indicativas dos nomes das ruas, bem como haja maior uniformidade na fixação dos números em cada prédio. Uma tarefa relativamente simples, mas simpática e necessária - pois se alguém tem dúvida tente encontrar, por exemplo, o número 478 da Rua Albino Raschendorffer, à noite. De dia mesmo, já será difícil!
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
26/09/1974

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