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Aramis

Cinéfilos continuam sendo desrespeitados pela FUCUCU

Fanáticos por filmes americanos e franceses - estas, heranças dos verdes anos em que viveu em Paris - o prefeito Jaime Lerner terá uma irritação semelhante a de centenas de cinéfilos da cidade se pretender assistir ao programa em cartaz no cine Groff. É que apesar de todas as solicitações, sugestões e críticas feitas, a Fucucu, através de sua incompetente e pernóstica coordenação (sic) de cinemas, continua a desrespeitar o público que ainda freqüenta o circuito oficial. Repetindo o que ocorreu há três semanas passadas - quando as sessões de "Os Possessos" de Andrzj Wajda, eram separadas por quase 40 minutos de intervalo, o fato repete-se com "A Lua na Sargeta" (La Dune Dans Le Caniveau), produção de 1983, dirigida por Jean-Jacques Beineix, que estreou na última sexta-feira. Sob a mentirosa alegação de que o filme "ultrapassa" a metragem normal, o incompetente coordenador dos cinemas (sic) determinou que as sessões deveriam ser realizadas às 14; 16:30; 19 e 21:30h. Tudo Bem! Isto seria normal, se o filme acabasse em horários fechados, permitindo que o público chegue alguns minutos atrasados espere a sessão seguinte - como acontece há anos, em todos os cinemas comerciais. Ocorre que a sessão das 14 horas termina às 16:00 horas; a das 16:30 às 18:30; das 19 às 21:05 e última, 21 horas, às 23:05 minutos. Ou sejam: 25 minutos de intolerável espera, na mais desconfortável das salas de exibição da cidade, que não dispõe de bebedouro d'água e cujo micro-banheiro obriga filas para ser utilizado (e cuja limpeza também deixa muito a desejar). O lógico seria programar a primeira sessão a partir das 14:20 horas reduzindo o prazo de intervalo, possibilitando que o público não perca tempo - nem se irrite - numa sala fria, desconfortável e asfixiante. No domingo à noite, mais de 20 espectadores que chegaram alguns minutos após o início da sessão ficaram irritadíssimos, alguns, inclusive, dispostos a recorrer ao Conselho de Defesa do Consumidor, já que, apesar das reclamações, a Fucucu - uma das vergonhas da atual administração de Jaime Lerner - insiste em prejudicar o público que procura suas salas comerciais. Jaime Lerner e sua esposa Fany sempre foram [freqüentadores] regulares dos cinemas. Geralmente em companhia de um grupo de casais amigos - psiquiatra Hélio Rottemberg e sra; o oftalmologista Maurício Brick e sra (ele, aliás membro do conselho da Fucucu, que até hoje se reuniu pouquíssimas vezes) e empresário Moacir Gouveia e sra; o prefeito e a Primeira Dama, anonimamente frequentam as salas de exibição da cidade. [Inúmeras] vezes, quando Lerner era apenas um arquiteto afastado do poder, comentava conosco a necessidade dos cinemas oferecerem melhores condições para manter o público - que se reduz cada vez mais - que ainda o frequenta. Numa cidade de inverno rigoroso, com mais de 300 locadoras oferecendo praticamente o que há demais interessante em cinema através de vídeos, mais do que nunca os administradores de salas de exibição tem que se preocupar com a qualidade da projeção em suas salas, fornecimento de horários corretos, limpeza, etc. A Fundação Cultural de Curitiba, que contratou sem concurso público - o que aliás levará tanto o Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba - como vereadores a denunciar o fato nos próximos dias - três funcionários, pagos a salários altos (ao redor de Cr$ 300 mil) para funções que vinham sendo desempenhadas por uma equipe demitida sem razão em abril último (*) - deveria dar o exemplo na administração de suas salas. Infelizmente, isto não acontece - ao contrário, é cada vez mais caótica a situação na área. Mesmo o fornecimento dos horários das sessões aos veículos de divulgações contem erros, levando os leitores a reclamarem [às] editorias de serviços e espetáculos. Por isto, O Estado adverte aos leitores: nos cinemas da Fucucu - Ritz, Luz (este agora integrado ao circuito Belas Artes, cuja direção nacional exige qualidade e atendimento), Groff e Guarany - não confie nos horários que a coordenação distribue. Convem telefonar e checar com os gerentes o horário correto do início e fim do filme em exibição. Nota (*) A demissão de Francisco Alves dos Santos e sua equipe da Cinemateca, em abril último, teve que ser suspensa; com exceção de videomaker Willi Schulmann, todos continuam trabalhando na Fucucu, só que em outros setores. O SIMUSC está movendo ação trabalhista pela readmissão de Schulmann.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
20
23/07/1991

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