Cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 05 de janeiro de 1973
Nos pequenos frascos estão os melhores perfumes: nunca este velho adagio popular teve tanta precisão se aplicado a alguns filmes modestos, lançados anonimamente e que trazem, entretanto, muito mais sinceridade e beleza do que superprodução badaladissimas e que rendem milhões nas bilheterias (por exemplo, << O Chefão >>). Ao lado de << Billy Jack >> de T. C. Franck, << Paixão e Crime >> (The Night Digger) foi uma das revelações do ano: seu jovem diretor, o inglês Alastair Reid colocou ali, em torno de três únicos personagens - a solteirona Maura (Patricia Neal, foto - no melhor trabalho de sua notável carreira), sua possessiva mãe invalida, mrs. Prince (Pamela Brown) e no neurótico Billy (Nicholas Clay) todo um micro-universo, que, pela forma de ver a tragédia com realismo crítico a lembrar alguns dos melhores momentos da literatura mundial, como os textos de Dostoevesky (cuja obra-prima, << Crimes e Castigos >> , se confunde, em título, com esta fita). A história de Maura, solteirona que de repente vê o seu equilíbrio familiar e a sua solidão interrompida pela chegada de um jovem atraente - de passado obscuro e maníaco assassino - resultou numa fita em que o diretor obteve o timing exato, não perdendo-se em nenhum momento e dando uma dimensão visual perfeita a novela << Net in a Falling Tree >> de Joy Cowley.
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