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Aramis

Cinema

O bom amigo Pepe Martines - o feliz "big shot" da Condor Filmes, tem uma maneira de agradecer ao público curitibano, que há dois anos faz com que o Cine Condor seja a casa de maior faturamento do Paraná: relançar, o mais urgentemente possível "Tempo de Diversão" "Play Time), de Jacques Tati, produção de 1965-67, e que foi desperdiçada em sua estréia em nosso País - em especial em Curitiba, há dois anos no Cine Vitória. A oportunidade está ai (e o recado pode ser dado pelo Egom Prim, o homem da Condor Filmes no Paraná): Trafic ou as aventuras de Mr, Hulot no tráfego louco" (Cine Rivoli) Está atraindo um público fiel, que aprendeu a amar as inteligentes sátiras de Tati, um homem que segundo as sábias lições de Max Linder e Buster Keston, aprendeu que se pode fazer milhares de pessoas sorrirem com o cotidiano, com as coisas simples do mundo. Mais do que simples comédias, seus filmes em especial os três que realizou em 20 anos ("As Férias de M. Hulot", 1953, "Meu Tio", 1958) "Tempo de Diversão ", 1967), foram as mais inteligentes sátiras a vida moderna ao chamado conforto urbano que o homem tanto busca. Para um cineasta que com sensibilidade tem sido um analista da sociedade, sem dúvida o tráfego - que anualmente ceifa a vida de tantas pessoas - não poderia deixar de merecer uma análise e isto ocorre com "Trafic", produzido entre 1967-71 e que tem sido recebida em todo o mundo com os maiores aplausos da crítica e público - que, era viva! - tem sabido reconhecer e prestigiar os filmes deste francês caladão, sempre de capa chapéu e guarda-chuva, que criou um dos personagens mais notáveis da história do cinema
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
1
16/01/1973

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