CINEMA
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 21 de março de 1973
Rodado nos estudios da 20th Century Fox, em 1927, "Aurora" (Teatro do Paiol, amanhã, as 20 horas) foi o primeiro dos quatro importantes filmes que o alemão Friedrich Wilhem Murnau (Westfalia, 1888-Califórnia, 1931) realizou nos Estados Unidos, entre 1927-1931. Como outros cineastas alemães, Murnau (foto) chegou ao cinema pela porta do teatro, que atraiu seu interesse juntamente com os estudos de filologia e literatura. Após participar na I Guerra Mundial dedicou-se ao cinema, a partir de 1919, numa carreira dividida entre a Alemanha e os Estados Unidos. Sua formação cinematográfica tem origem no expressionismo e sua preocupação com a luz permanece em todos os seus filmes, justificando a definição de "maior pintor ao cinema alemão". Os principais filmes do período alemão de Murnau foram "Der Januskopf" (1920), "Nosferatu" (1922), "Der Letzte Mann" ( A Última Gargalhada, 1924) e "Tartuffe" (1926, dias 28 às 20 horas e 31 às 17,30 horas no Teatro do Paiol). Seus quatro filmes americanos estão entre os mais importantes da história do cinema: "Aurora" (Sunrise, 1927), "Os 4 Diabos (Four Devils, 1929), "O Pão Nosso de Cada Dia", 1930) e "Tabu" (Tabou, 1931), este último tendo como corealizador Robert Flaherty (1884-1951). "Sunrise" foi uma adaptação feita por Carl Mayer de um romance de Sudermann: "Viagem a Tilsitt" O cenógrafo (Rochus Gliese) e os cinegrafistas (Charles Rosher e Karl Strauss) eram alemães. Segundo Georges O'Biren) fossem americanos, não há quase nada de Hollywoodiano nesse filme: "A energia fria de Murnau, o seu esteticismo requintado modelaram a iluminação, a cenografia, a representação dos atores, numa constantes vontade de composição que não deixa de lembrar as fotografias de arte de 1900. O domínio de câmara é prodigioso".
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