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Aramis

Cinema traz nove estréias no feriadão

Aproveitando o feriadão e como opção a quem não foi à praia, há nada menos que nove estréias nesta semana. Portanto, somado ao que já está em exibição, o panorama é atraente. A melhor estréia da semana é, de longe, "Europa", do dinamarquês Lars von Trier, que obteve o prêmio especial do júri e o prêmio técnico no Festival de Cannes deste ano. Com Jean Marc Barr e Bárbara Sukowa ("Rosa de Luxemburgo", "Lola", "O Siciliano") é sobre o desolador panorama da Europa, especialmente na Alemanha, do pós-guerra. Sincero e emotivo, passados quase 50 anos um tema que sempre é válido. Basta rever, por exemplo, "Roma, Cidade Aberta", de Roseline (agora à disposição em vídeo) para se fazer uma comparação. No Lido I. "Uma Segunda Chance", de Mike Nichols ("Ânsia de Amar", "Silkwood", "A Difícil Arte de Amar") tem Harrison Ford ("Indiana Jones", "A Testemunha") como principal atração. Aqui ele é Henry Turner, um advogado, rico, famoso, casado com uma linda mulher, Sarah (Anette Bening), uma filha que de repente se envolve numa trágica situação. No Condor. "E a Luz se Fez" (Et la Lumiére Fut), produção africana, direção de Otar Iosseliani, é daqueles filmes que exigiria uma promoção muito especial. Quase um documentário antropológico, interpretado por membros de uma tribo e com um mínimo desenvolvimento dramático dificilmente será suportado pelo público que não esta muitíssimo interessado. Este clima deveria ter merecido pré-estréia para professores dos Departamentos de Antropologia da UFPR. No Cine Luz. "Um Tira muito Especial" (One Good Cop) continua a explorar a mesma linha de exaltação às duplas de policiais nas grandes cidades americanas. Só que desta vez o detetive Artie Lewis (Michael Kenton, o "Batman") após a morte de seu parceiro de muitos anos, Stevie Diroma (Anthony LaPaglia), mostra seu bom caratismo dedicando-se a substituí-lo como pai das três filhas que Stevie deixou. O diretor, Heywood Gould é mais um dos novos cineastas que começam a aparecer e no elenco de apoio também não há nomes conhecidos. Trilha sonora de David Foster e William Ross. No Cine Astor. "Vai Trabalhar Vagabundo II - A Volta" é o exemplo de filme-sacrifício de nosso pobre cinema. Entre a elaboração e o roteiro até a sua primeira projeção pública, no último festival de Brasília, passaram-se cinco anos. O roteirista-diretor-ator-produtor Hugo Carvana, mais de 40 filmes, famoso por suas atuações da televisão, excelente caráter, comeu o pão que o diabo amassou para concluir esta comédia de sabor carioca, otimista, com um bom elenco e que retoma os personagens de seu delicioso "Vai Trabalhar Vagabundo", de 1973. As filmagens sofreram interrupções, personagens foram modificados, mas tudo isto não diminui a comunicabilidade e simpatia desta produção com seqüências inicias feitas em Acapulco, no México. Carvana foi premiado como melhor ator nos festivais de Brasília e Gramado; Denise Bandeira também ganhou o Candango de melhor coadjuvante, mas o filme merecia mais premiações. Chico Buarque participa de uma seqüência. Vale a pena ver. Cine Ritz. "Dr. Hollywood - Uma Receita de Amor" é daquelas comédias jovens e digestivas, sem maior compromisso. Ben Stone (Michael J. Fox, da série "De Volta para o Futuro") chega a Califórnia com muitos sonhos e ilusões. A realidade é diferente. Bonitas garotas, carrões e a paisagem sempre atraente de Los Angeles e arredores. Direção de Michael Catton Jones. Previsto para substituir "Um Visto para o Céu", no Bristol. "Homens Roxos não Dançam" - o título aproveita a frase-desabafo do presidente Collor, mas o filme é de um romancista-cineasta (bissexto) que tem também aquilo roxo: Norman Maler. Já esteve envolvido com a polícia, foi candidato a prefeito de Nova Iorque e escreveu livros que incomodaram muita gente. "Tough Guys don't Dance" - editado no Brasil como "Os Machões não Dançam" - reúne em seu elenco Ryan O'Neil, Isabella Rosselini e Debra Sandllund. Deve substituir "Nikita" a partir de hoje no Itália, caso ali não entre, em segunda semana, a deliciosa comédia "Que Droga de Vida" (Life Stinks), de (e com) Mel Brooks, que estava no Cine Astor. "Uma Sombra no Escuro" (Silent Scream) é a história (verdadeira) de um certo Larry Winters, escocês que em 1964 foi condenado à prisão perpétua pelo assassinato - aparentemente sem motivo de um barman num pub londrino. O diretor David Hayman propõe reflexões sobre a vida penitenciária e o filme valeu ao ator Ian Glen o Urso de Ouro no Festival de Berlim em 1990. A verificar. No Groff. "Massacre no Bairro Japonês" é de Mark L. Lester, americano de Cleveland, que nada tem a ver com o seu homônimo inglês, o ator de "Oliver". Especializado em filmes de ação, desde 1973 ("Malabarista do Volante"), vem realizando filmes de agrado popular. Sem gente conhecida no elenco, mas com fórmula de agrado das platéias que apreciam violência. LEGENDA FOTO - "Uma Segunda Chance": Harrison Ford é um advogado rico, feliz, mas envolvido numa terrível confusão.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
17
15/11/1991

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