Clássicos do cinema
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 25 de fevereiro de 1977
Poucas vezes houve oportunidade de, numa semana, rever (para os mais velhos) ou conhecer (para os jovens interessados) tantos filmes importantes, como os que estão programados a partir de hoje, "no cinema de arte". A semana de clássicos deveria ter iniciado ontem, com "A Bela e A Fera", de Jean Cocteau, mas como a cópia não chegou a tempo, foi adiada para hoje, com um filme importante sobre todos os pontos de vista: "O momento da Verdade".
Realizado em 1965 pelo italiano Francesco Rossi, que vinha de dois polêmicos temas - a Máfia ("O Bandido Giuliano", 1961) e a especulação imobiliária ("La Mano Sulla Cittá", 63, nunca lançado no Brasil), "O Momento da Verdade", rodado em Madri, desmistifíca o tema das touradas, tão glamorizado em produções hollywoodianas. Rossi mostra um toureiro em seu momento de temor ao enfrentar o animal. Exibido no cine Arlequim, numa época em que aquela casa era frequentável. "O Momento da Verdade" passou desapercebido do público. No elenco, ao lado do toureiro Miguel Mateo Miguelim, dois atores espanhóis José Gomes Sevilla e Bassauri Pedaucho, e da norte-americana Linda Christiam, aparece, numa rápida seqüência, a cantora Maysa Figueira Monjardim (1936-1977), que na época residia na Espanha.
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Amanhã, será exibido "Stromboli" (Strombolli, Terra de Dio"), produção de 1949, dirigida por Roberto Roselline, então com 43 anos e que fazia o seu nono longa - metragem. No elenco, a então sua esposa, Ingrid Bergman e atores jovens, que não chegaram a se destacar nos anos seguintes: Mário Vitale, Renzo Cesana e Mário Sponsa.
Domingo, será apresentado um filme que, por 2 vezes, no referendum promovido pela crítica européia, de dez em dez anos, sobre as mais importantes obras do cinema, aparece com destaque: "A Grande Ilusão" (La gran illusion), 1937, de Jean Renoir, com Jean Gabin, Pierre Fresnay e Erich Von Strohein. Segunda-feira, finalmente, "A Bela e A Fera". Na terça-feira, "Quermesse Heróica", 1935, considerada a obra-prima de Jacques Feuder (1888-1948),. Finalmente, quarta-feira, "Sinfonia Inacabada", do cineasta austríaco Will Forst, com Martha Eggerth, atriz que na década de 40 passou por Curitiba.
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No cine São João, hoje o último dia de exibição de "O Pistoleiro da Justiça" (The Master Gunfigheter), de Frank Laughlim. Depois do sucesso de "Billy Jack", que já teve duas seqüências - "O Julgamento de Billy Jack", e "Ode a Billy Jack", Laughlim continua fiel a causa dos índios. Apesar dos excessos em termos de violência, este western político - com luta orientalistas, na linha samurai - é um válido ensaio, a favor das minorias indígenas, ameaçadas pelos espanhóis e americanos no século XIX, na Califórnia.
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Ainda não foi marcada a data para inauguração do cine Astor (onde havia o Palácio), mas o superintendente da Fama Filmes, João Aracheski, já escolheu o filme: "Todos Os Homens do Presidente", candidato a vários Oscars-77.
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