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Aramis

A coleção dos gatinhos

Quando Maurício Quadrio propôs ao então gerente-geral da Phonogram (hoje Polygram), André Midani (hoje presidente da WEA), um plano para provar que o brasileiro não tinha medo de música clássica, sabia o que fazia. Um dos mais inteligentes e corajosos produtores fonográficos, com uma cultura de mais de 30 anos em gravadoras, rádios e vivência internacional, Quadrio provou que se não se vendia mais discos eruditos, era pela falta de um trabalho de marketing. E os números provaram que estava certo, tanto é que não só música erudita, mas também jazz e até trilhas sonoras, passaram a ter edições regulares. Quadrio passou para a Odeon, onde dinamizou o setor de produções especiais, mas as sementes que plantou na Polygram floresceram - e o catálogo de discos eruditos e clássicos daquela gravadora, só tem crescido. Ao lado dos projetos avançados - caixas com 20 até 80 elepês, com obras de determinados autores, Quadrio também organizou coleções simples, vendidas avulsamente, com peças capazes de chegar aos ouvidos dos neofitos. Assim, a chamada "coleção de gatinhos" - devido a todas as capas terem simpáticos bichanos sobre os instrumentos, foi a que mais vendeu. A primeira série, "Os Clássicos Mais Populares do Mundo", com 24 elepês, ultrapassou todas as expectativas. E como time que está ganhando não deve ser modificado, ao decidir dar continuidade à série, a Polygram manteve a mesma característica: capa com os gatos e seleções variada em cada volume. E, de uma fornada, saíram os volumes 25 a 34, ou seja uma dezena de elepês reunindo mais de 20 orquestras, conjuntos de câmaras e mesmo corais, sob a regência de grandes mestres e centenas de virtuosos - interpretando peças de mestres como Brahms, Handelm Mendelssohn, Schubert, Strauss, Gershwin, Greig, Chopim, Liszt, Tchaikowsky, Verdi, Scarlatti, Rinsky - Korsakov, Ravel, Handelm Vivaldi, Berlioz, Sacchini, Bach, Strauss Jr., Charpentier, Rachmaninoff, Debussy, entre tantos outros. Entre muitos méritos desta coleção está no equilíbrio - ou para usar uma expressão da moda, a "cintura", da seleção. Qualquer um dos elepês mostra realmente que é possível oferecer, mesmo aos ouvidos (aparentemente) mais refratários, uma coleção de música de primeiríssima qualidade, sem cansar ou irritar. Assim "Os Clássicos Mais Populares do Mundo", nesta fornada repetem a fórmula de bom gosto, qualidade e, principalmente, sentido didático - razões mais do que suficientes para que se justifique sua aquisição.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
29
13/01/1980

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