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Aramis

Como nasce um choro...

Talento e criatividade é isso: às 14,15 horas de domingo, quando almoçavam no restaurante do Hotel Tourist Universo, Paulinho da Viola, Cesar Faria, Dininho, Chaplim, Hercules e Copinha conversavam sobre diversos assuntos. De repente, Copinha lamentou não ter trazido o seu flautim de estimação, herdado de seu irmão mais velho, Vicenzo (já falecido) e que foi seu primeiro mestre. Copinha contou que emprestou esse flautim a não lembra-se quem e o crê perdido. Paulinho lhe deu duas sugestões: colocar um anúncio no Jornal do Brasil pedindo a quem levou o instrumento que o devolva e fazer um chorinho com o título de " Meu Flautim de Estimação". À 00:30 de segunda-feira, após o último show no Paiol, o mesmo grupo (menos Chaplim) chegava na Confeitaria Iguaçu, na Praça Osório e, enquanto esperava que a porta do edifício Arthur Hauer fosse aberta. Paulinho teve um estalo e passou para Copinha o primeiro verso do choro. Mal houve tempo de subir ao restaurante e, enquanto esperavam que uma pizza fosse ao forno, Paulinho, num pedaço de papel escrevia o chorinho. Depois, antes de dormir, junto com o Copinha, terminava a linha melódica. E, não se surpreendam se no próximo elepê de choros que Paulinho vai produzir na Odeon, um dos destaques seja o " Meu Flautim de Estimação", feito em Curitiba, na madrugada de segunda-feira. O frio e a chuva não impediram que o Paiol recebesse, na noite de sábado, um enorme público: faltou lugar para todos que queriam aplaudir um dos melhores espetáculos musicais do ano, com Paulinho da Viola ( Paulo Cesar Baptista Faria), mostrando um programa do mais alto nível. No domingo, o público dividiu-se entre o show do Paiol e " Par ou Ímpar" (auditório Bento Munhoz da Rocha Neto), com Cesar Costa Filho, as irmãs Chris e Christina e o conjunto de Celinho. Roteiro e texto de Heitor Valente, atual parceiro de Cesinha, autor das letras de todas as músicas preparadas para o seu próximo elepe, mas que somente será lançado pela RCA Victor em março de 1977. Por enquanto, os esforços estão concentrados na guarânia, editada em compacto simples. Uma dica para quem gosta de música erudita: hoje às 21 horas, concerto do pianista Roberto Szidon (Auditório Bento Munhoz da Rocha Neto). Filho de pais húngaros, nos últimos 11 anos com projeção internacional, Szidon estudou com Cláudio Arrau e Arthur Rubinstein e na Deutsch Gramophon gravou as 19 Rapsódias de Liszt, numa coleção elogiada internacionalmente.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
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14/09/1976

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