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Aramis

Conheça Bill Evans e seu suave piano

Hoje o título que designa esta série ("O Novo Jazz") perde um pouco seu sentido, já que vamos nos referir a um músico relativamente conhecido no Brasil junto aos fãs de jazz e com imenso prestígio na Europa e Estados Unidos: Bill Evans. Há cinco anos, num feliz momento de inspiração, a Phonogram, então representando a Verve Records, lançou no Brasil o lp "Bill Evans at the Montreue Jazz Festival (VELP 78.006), que com Eddie Gomez no contrabaixo e Jack de Johnette na bateria, trouxe nove clássicas interpretações de Evans em feéricos momentos do famoso festival de jazz realizado na Suiça. Este disco, hoje fora de catálogo, por certo contribuiu para que centenas de apreciadores do jazz comparecessem, no ano passado, nas 4 apresentações que a pianista fez na Guanabara e São Paulo. Considerado como um dos mais refinados estilistas de piano, com uma limpeza quase inalcansável por outros, Evans está na linha de jazz que mais nos agrada - e o que pode ser facilmente absorvida pelo público não iniciado em jazz - o que, entretanto, não diminui em nada sua criatividade. "Montreux II" (CTI Records/Top Tap, OW 528, 1973) constitui, sem dúvida, um complemento ao lp da Philips, lançado em 1969: com o mesmo contrabaixista Gomez) e Marty Morell substituindo a Jack De Johnette na bateria, Bill Evans executa aque sete temas marcantes, em arranjos únicos e que conferem a este álbum (produzido por Helen Keane) a sua inclusão entre os melhores lançamentos da CTI feitos até hoje. Após uma breve introdução, Evans abre o álbum com o vibrante "Very Early", num arranjo de 5,10 minutos. Em seguida, o enternecedor tema que Burt Bacharach e Hal David criaram há 11 anos para um dos mais belos filmes de todos os temas: "Alfie". Encerrando a face A, outro tema de Evans: "34 Skidoo". No lado B, a abertura é com "How My Heart Sings" de Earl O. Zindars, seguida de "Israel" (John Carisl) num arranjo de 4,08 minutos. "I Hear A Rhapsody" (Frangos/Baker/ Gasparre/ Bard), em 5,30 minutos, antecipa ao inventivo "Peri's Scope" (5,30, do próprio Evans, que encerra o disco. Aos 45 anos, William John (Bill) Evans estreou integrando o conjunto de Tonny Scott, passando depois para o quinteto de Miles Davis em 1958. Sua primeira gravação foi em trio, na Riverside, em setembro de 1956. Entre 1961/62, Evans fez uma série de extraordinários e sensíveis álbuns na Riverside com Paul Motion na bateria e Scott La Faro (mais tarde Chuck Israels) no contrabaixo. Com sua forma personalíssima de executar piano e obtendo rendimentos extraordinários dos temas que escolhe, Evans passou algum tempo distante de shows e apresentações públicas, só recentemente reintegrando-se a um trabalho regular. Lamentável apenas que a maioria de seus álbuns - entre os quais o "Interplay" (com Freddie Hubard), "Undercurrent", "Emphathy" (com Shelly Manne) e os audaciosos "Trio W. Symphony Orchestra" (com arranjos de Claus Ogerman), "Blues & The Abstract Truth" e "The Great Kai & J.J." continuem inéditos no Brasil.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Música
12/05/1974

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