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Aramis

Conheça Litto, o talento argentino

Quem é Litto Nebia? A pergunta ocorre ante o lançamento de um disco com este múltiplo compositor - instrumentista - intérprete. (" O Segredo da Vida"RCA). Afinal, só agora é que os brasileiros conhecem o trabalho de um dos mais populares artistas argentinos, não apenas em seu país, mas também no Chile, Colômbia, Venezuela, Uruguai e outros pontos em que tem se apresentado. O desconhecimento de Litto Nebia no Brasil apenas reforça aquilo que sempre dissemos: com exceção de Gardel, Mercedes Sosa e dois ou três outros supertars da música da música portenha, continuamos a zero em matéria de informção de nossos vizinhos latino-americanos. Litto Nebia não é um tangueiro. Gosta é faz até tango, mas é um instrumentista e compositor moderno, identificado com as mais importantes correntes musicais do País - o que fez ter sucesso no México e Estados Unidos, ali gravando vários discos. José Domingos Raffaellili, crítico de jazz do "Jornal do Brasil"e co-produtor do programa "Arte Final: Jazz" (rádio JB_AM, ao s domingos), vem há anos se esforçando para divulgar o trabalho de Litto no brasil, tendo inclusive estimulado sua presença, em 1968 (no FIC), quando veio com seu conjunto "Los Gatos" e, dez anos depois - ocasião em que também promovemos três apresentações de Litto no Paiol (1978). Argentino de Rosário, Litto toca guitarra desde menino; aos 12 anos escreveu suas primeiras canções; aos 15 partiu para Buenos Aires, onde, aos 17 , gravou pela primeira vez com "Los Gatos", o compacto La Balsa que vendeu mais de 200 mil cópias (música de teve 20 gravações internacionais). A partir daí sua carreira cresceu: participação em quase 100 LPs - 42 dos quais em seu próprio nome, mais de 500 canções (algumas gravadas por nomes como Franl Pourcel, Roberto Yanez, Mercedes Sosa e Domenico Modugno). Compositor e instrumentista de fôlego, mergulhou também em projetos como "La História de um Hombre"e há dois anos, fez a trilha sonora para o filme "Evita/Quien Quiere Oir que Oiga". Passou quase 5 anos no Exterior, especialmente no México e EUA, onde gravou com Michael Urbaniak, Jeremy Steig e Eddie Danis e foi a festivais até em Moscou. Interessado em todos os tipos de música, fã da MPB, Litto insistiu para fazer um lp com a participaçãode músicos brasileiros e argentinos. Assim com algumas sessões feitas no rio, em 1983 - e da qual participaram Maurício Einhorn na harmônica de boca, Márcio Montarroyos (trumpete), Mauro Senise (sax-soprano), Hélio Delmiro (guitarra), Cidinho (percussão), e o uruguaio (radicado no Rio) Hugo Fattoruso (teclados), somou resgistros na Argentina, com outros bons músicos daquele país - como César Franov e Lalo de Los Santos (baixo elétrico), Cacho Tejera e Oscar Moro (percussão) e o vocal de Rubens Rada. O resultado foi um disco que vendeu bem na Argentina ao ponto da RCA brasileira se dispor, finalmentea aqui edita-lo. O que é Ótimo, pois podemos conhecer o talento de Nebia, como compositor e instrumentista, em músicas como "Inseguranças""Música para Las Estrellas", "Pelas Madrugadas", "Más Alla De Palermo", "O Segredo da Vida", "Solo Se Trata de Vivier", "Depois de Trabalhar"e até uma parceria com Hermeto Pascoal ("Las Marianas"). Duas homenagens especíais: "Lugar Comum" (Jão Donato/Gil) e "Bastidores"(Buarque).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
23
29/12/1985

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