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Contos, recordando os velhos concursos

Oficializando-se o Concurso Nacional de Contos, num resgate do Governo do Paraná a promoção cultural que melhor promoveu, culturalmente, o nosso Estado - idealizado e desenvolvido no governo Paulo Pimentel - a Secretaria da Cultura terá que se agilizar para ao menos reconstituir um painel dos premiados nas nove edições do concurso. Isto porque, se durante o governo Paulo Pimentel, os trabalhos premiados chegaram a serem reunidos em livros, posteriormente, com o enfraquecimento da promoção, os autores premiados acabaram publicando esparsamente os textos premiados - e muitos sequer foram aqui divulgados. Também seria interessante a realização de um seminário de avaliação dos concursos, observando-se os que foram premiados e seguiram uma carreira literária - enquanto outros, simplesmente eclipsaram-se. Enfim, há todo um elenco de eventos paralelos que podem acontecer a partir do momento em que o Concurso Nacional de Contos tenha sua efetiva reestruturação. De princípio, a intenção é anunciar o seu relançamento em outubro próximo, durante a I Mostra do Cinema Latino-Americano. xxx Na entrega dos prêmios aos vencedores do primeiro concurso, há 19 anos passados, a constelação literária não poderia ser mais fulgurante. A começar pelo vencedor do Grande Prêmio Paraná, na época no valor de dez milhões de cruzeiros antigos (a maior soma até então já dada num concurso literário). O vencedor foi Dalton Trevisan, que com o pseudônimo de "João Maria" havia concorrido com os contos "O Senhor Marido", "37 Noites de Paixão" e "O Esfolado Vivo". Em segundo lugar, ficou Ignácio de Loyola, com o conto "Camila Numa Semana (Ao Som de Nara Leão)", e, em terceiro lugar, Lygia Fagundes Telles, com os contos "Verde Lagarto Amarelo", "Apenas um Saxofone" e "Helga". Classificaram-se ainda Flávio José Cardoso com os contos "Rufina", "A Cartola dos Polinésios" e "As Estrelas" e, em quinto lugar, Luiz Vilela, de Belo Horizonte, com "Ousadia", "Françoise" e "Antes de Morrer". Os premiados na categoria estudante (universitário) foram Reginaldo Rodrigues Guimarães com os contos "O Pássaro" e "Alexandre, o Poeta"; Ana Luiza Portugal Gouveia com "Um Conto, um Ponto", "Dois Contos, dois Pontos" e "Ponto Final"; João de Deus São Thiago, com "Os Encapuçados", "Ponto X" e "Solidariedade". Ainda foram dadas menções honrosas aos estudantes Nina Lúcia Guerra Rego e Carlos Américo Aguiar Moniorti. Havia também um prêmio para o melhor livro de contos publicados nos últimos três anos. O premiado foi Samuel Rawet (falecido há 2 anos) por "Sete Sonhos". Em 28 de junho de 1968, na entrega dos prêmios, abria-se também um Seminário Nacional de Literatura, com a presença de vários escritores de prestígio nacional. Em 4 de julho de 1969, no Palácio Iguaçu, o governador Paulo Pimentel entregou os prêmios aos vencedores da segunda edição do Concurso Nacional de Contos. Rubem Fonseca, hoje um nome consagrado - mas na época ainda desconhecido do público - recebeu o primeiro prêmio. O Prêmio Revelação, na categoria estreante, foi para o gaúcho Paulo Pinheiro Gomes (Cz$ 3 milhões). Na categoria geral foram contemplados, com Cz$ 2 milhões cada (na época era dois mil cruzeiros novos), Edmundo Donato (São Paulo), Luiz Vilela (mineiro, na época residente em São Paulo), José Edson Gomes (carioca, residente em Brasília), Wilson Nunes Coutinho (carioca, residente no Rio de Janeiro) e Josué Guimarães (gaúcho, já falecido). Dinorah do Vale Kuyumjian obteve o Prêmio Revelação na categoria de estreante. Adonias Filho, ficou com o Prêmio Guimarães Rosa, pelo melhor livro publicado nos últimos meses: "Léguas da Promissão". A categoria estudantil foi vencida por Luís Carlos de Moura Azevedo (SP). A segunda colocação coube a Jayme Prado Gouveia (MG). Foram premiados ainda os curitibanos Jacques Brandt e Pedro Pioli. Para o terceiro concurso inscreveram-se 1.500 candidatos. O Prêmio Guimarães Rosa, por obra publicada, foi para Clarice Lispector. Curiosamente, na categoria geral, os dois primeiros classificados não fizeram maior carreira: Mário Garcia de Paiva e Maria Aparecida de Campos Salles Franchini Neto. Mário Donato, foi o terceiro classificado. Na categoria de "melhor trabalho de concorrente paranaense", o premiado foi Cláudio Lacerda, que com o pseudônimo "Dido", havia concorrido com os contos "O Cemitério de Nós", "O Cavalheiro de Moldavia" e "Diário do Condenado a Morte". Na categoria estreante, o premiado foi Francisco Maciel Ferreira. E na categoria estudante, os premiados foram Maria Bernadete Lyra Barbosa Lima, Alberto Villas Bouçada Jr., e Márcio Almeida. Infelizmente, o Concurso Nacional de Contos, passada a administração Paulo Pimentel, começou a perder seu impacto. O Banco Nacional criou o seu Prêmio Nacional de Literatura, com valores mais altos e o concurso no Paraná começou a perder terreno - esvaziando-se inclusive em qualidade. Em 23 de maio de 1978, eram entregues os cheques aos premiados da oitava edição. Na categoria geral, o vencedor foi Humberto de Oliveira Mariotti, de Jequiê, Bahia, que tinha enviado os contos "No Fundo, no Fundo", "Horário de Expediente" e "Túnel". Em segundo lugar, um escritor que prosseguiria na carreira literária - Flávio Moreira da Costa, com os contos "O Triste Fim de Neizinho Copacabana", "O Malandro Invisível", e "As Manobras". O terceiro prêmio ficou com Ildemar Ribeiro Faria, de São Paulo, que apresentou os contos "O Vestido", "Um Chamado na Hora Intranqüila" e "Escola de Heróis". Nelson Padrella foi o vencedor na categoria de "Melhor Paranaense", com "Meninos de Retratos", "A Montanha Azul" e "O Fauno Doente". Na categoria estreante, o primeiro lugar ficou com Jefer Neves, de Belo Horizonte; o segundo prêmio foi para Renato Modernell, do Rio Grande do Sul e, em terceiro lugar, Júlio Borges Comides, de Belo Horizonte. Finalmente, o último concurso teve suas premiações entregues a 7 de março de 1979, quando ocupava a secretaria da Educação e Cultura o Sr. Eleutério Dallazem e o diretor de Assuntos Culturais era Joaquim Fortes, hoje assessor da Assembléia Legislativa. Era o governo Jayme Canet Júnior, que não tinha a menor sensibilidade para promoções culturais. O prêmio Paraná - então no valor de Cz$ 100.000,00 - foi para Roberto Bittencourt Martins, gaúcho de Bagé, médico, residente no Rio de Janeiro, que concorreu com os contos "Viagem Interrompida de Gutierrrez", "Carlinda Campos" e "Amandão Mueller". Embora premiado em outros concursos literários, Roberto Martins se afastaria da literatura. Na categoria Estreante - o "Prêmio Tasso de Silveira", no valor de Cr$ 60.000,00 coube a professora Helena Parente Cunha, do Rio de Janeiro. Ainda na Categoria Geral, foram premiados Elias José, de Guaxupê, Minas Gerais, e Rubens Mauro Machado. A melhor participação paranaense na Categoria Geral foi da Sra. Leonor do Rocio Demeterco Correa de Oliveira. Na categoria estreante a segunda colocação coube a Maria da Glória Menezes Vasconcelos Horta, do Rio de Janeiro, de quem nunca mais se ouviu falar. Em compensação, o terceiro premiado, era nada mais, nada menos, que Doc Comparato, hoje consagrado roteirista e autor de telenovelas. Na categoria estreante, também foi dado um prêmio a "melhor paranaense" - Sônia Fernandes do Nascimento Martins. LEGENDA FOTO - Ignácio de Loyola Brandão, 2º lugar em 1968.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
16/09/1987
Olá, Estou produzindo um documentário sobre o diretor de teatro Tanah Correa, umas das entrevistas que tenho que fazer é com Ana Luiza Portugal Gouveia, autora do espetáculo Jantar de Antevéspera, espetáculo que o Tanah dirigiu. O problema é que eu não acho em lugar nenhum um telefone de contato para poder falar com ela. Lendo aqui no site vi que um dos textos (Contos, recordando os velhos concursos Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:Veiculo: Estado do Paraná Caderno ou Suplemento: Almanaque Coluna ou Seção: Tablóide Página: 3 Data: 16/09/1987) cita o nome dela. Alguém tem algum contato que possa me informar para que eu consiga a entrevista com Ana Luiza Portugal Gouveia? Muito obrigada pela ajuda! Mariel Souza

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