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Aramis

Correspondência

Do leitor Dalmo Mendes Cléve, de Guarapuava (Rua Capitão Rocha, 1345, apart. 4) recebemos uma longa carta, a propósito de notícia que publicamos a 29 de agosto de 1978, relacionada a decisão da Paranatur em entregar a exploração da iniciativa privada (Motel Clube Candeias) a Estância Hidromineral Santa Clara. Na ocasião, com base em informações fidedignas, no referimos as dificuldades enfrentadas pela Empresa Paranaense de Turismo para administrar o hotel, inclusive os problemas ocorridos com alguns hóspedes, que, em determinadas ocasiões, tomaram atitudes pouco civilizadas. O sr. Dalmo Mendes Cléve sentiu-se ofendido, "como guarapuavano e fazendeiro" pela notícia que relatava o fato de que um fazendeiro da região ter mergulhado de botas na piscina do hotel. Assim, em seu direito de leitor, o sr. Cléve faz várias colocações com relação a contribuição que o município de Guarapuava vem dando, ao longo dos séculos, ao Paraná, seja no campo político-administrativo, seja no campo econômico - através da agricultura e pecuária. Identificando-se como fazendeiro, da empresa Agro Pecuária Cachoeirinha, o sr. Dalmo salienta em sua carta que "das plagas do terceiro planalto, saíram e saem, homens que se destacam no campo jornalístico, jurídico, militar, médico, político, ou pelo qualquer área de atividade humana, sempre em destaque está um filho ou descendentes de guarapuavanos - de fazendeiros de Guarapuava". Alonga-se ainda em consideração sobre o município, sua economia e faz suposições em torno de nossa pessoa, concluindo por afirmar que "os fazendeiros de Guarapuava são gente boa e muito importantes, pois a ele cabe a difícil tarefa de produzir alimentos a um sem número de pessoas que nada produzem e que as vezes valem-se das colunas de um jornal para escrever inverdades com entrelinhas maldosas". xxx De princípio, reconhecemos o direito do leitor Dalmo Mendes Cléve em protestar contra a notícia que classifica de caluniosa, pois "cultuamos nosso querido rincão guarapuavano, com berço da cultura e da tradição de nosso Estado". Como guarapuavano e fazendeiro sentiu-se ofendido. Ocorre, entretanto que a nossa notícia circunscreveu-se a um caso particular - conforme informações que obtivemos de fonte segura e a qual, evidentemente, nos permite-mos o direito de reserva, de acordo com o que nos garante a ética de nossa profissão. Não houve, em momento algum, intenção de magoar, ferir, caluniar ou ofender a população e, mais especificamente, aos fazendeiros de Guarapuava - município que conhecemos há muitos anos e cujas importâncias dentro da história e economia do Paraná sempre reconhecemos. Caso o sr. Dalmo Mendes Clevé seja nosso leitor habitual há de se recordar que sempre buscamos dar a máxima cobertura aos homens e mulheres que contribuem para o engrandecimento de nosso Estado e ainda recentemente dedicamos amplo espaço nesta mesma coluna ao lançamento do livro do ex-deputado Antônio Lustosa de Oliveira, líder político de Guarapuava, que mesmo sem termos o prazer de conhecer pessoalmente, mereceu, de nossa parte, palavras elogiosas pela edição de suas memórias - tão oportunas para melhor compreensão da história política do Paraná. Como jornalista independente que somos, buscando apenas oferecer informações corretas aos leitores, nos deslocamos em diferentes campos de notícia, correndo, evidentemente, muitas vezes o risco de sermos mal interpretados. Assim, o fomos pelo leitor Dalmo Mendes Cléve que, em sua carta, em termos irados, protestou. Assim como soubemos acolher o seu protesto, queremos deixar bem claro, para que não fiquem dúvidas: jamais houve intenção de ofendê-lo (inclusive porque não foi ele o personagem dos fatos relatados em nossa coluna de 29/08/78) - ou atingir a comunidade guarapuavana. Apenas relatamos um fato, específico, circunscrito a determinadas pessoas - cujos nomes, por uma questão de ética, omitimos. Com isto, com [tranqüilidade, damos o episódio por esclarecido - sem mais polêmicas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
4
11/10/1978
É interessante... Trinta e dois anos depois do ocorrido, temos uma rua em Guarapuava com o nome do fazendeiro que não perdeu a oportunidade de defender a cidade e sua contribuição no estado. :-) Parabéns por nos permitirem o acesso a estas memórias.

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