Login do usuário

Aramis

Cortina de Zimmermann no álbum da medicina

Depois de quase um mês em Nova Iorque, o pintor Carlos Eduardo Zimmermann está agora em Londres - onde já residiu por quase dois anos, estudando no Royal College of Art. O ótimo astral de Zimmermann faz com que, mesmo à distância, continue em evidência: ainda agora, uma cuidadosa reprodução de seu trabalho "Cortina Vermelha" está sendo distribuída a médicos de todo o País pelos laboratórios Sintofarma, a segunda maior empresa brasileira no setor farmacêutico. A reprodução, que inclui em sua versão atual informações sobre o pintor e produtos da empresa, com tiragem de 50.000 exemplares, será incluída no álbum "Arte e Medicina", que está sendo coordenado pelo crítico Enock Sacramento, de São Paulo, reunindo dados biográficos e avaliação crítica dos mais importantes pintores brasileiros que têm formação médica. Zimmermann, paranaense de Antonina, 34 anos, ex-discípulo de Carlos Scliar, formou-se em medicina pela Universidade Federal do Paraná há 8 anos, mas nunca exerceu a profissão. Em compensação, é um dos artistas plásticos do Paraná de carreira mais regular e profissional. xxx Como Zimmermann, há muitos outros médicos-pintores em várias capitais brasileiras. Entre eles, Aldir Mendes de Souza, Leopoldo Raimo, Giancarlo Zarlini e Nicolai Dragos, de São Paulo; Mirabeau Sampaio, da Bahia; Chanina e Konstantin Christoff, de Minas Gerais; Abaeté de Medeiros e Perseu de Lemos, de Pernambuco. xxx Zimmermann, em recente entrevista, assim explicou o seu trabalho: - "A linguagem atual é conseqüência de uma intimidade muito grande com determinados temas, que faziam parte de todo um vocabulário simbólico, empregado numa série de pinturas e desenhos com referências surrealistas, que executei no final dos anos 60 e início dos 70, quando começava minha carreira de pintor". Foi esta a fase em que Zimmermann e Rones Dunke, Bia Wouk (hoje em Brasília) e Maria Isabel Baker (já falecida) surgiram como grandes renovadores das artes plásticas no Paraná. Diz ainda o pintor: - "Desde aquela época, o embrulho, ou pacote, as folhas de papel, os envelopes e, mais recentemente, as cortinas são temas freqüentes, executados com uma precisão técnica adquirida através de uma disciplina de trabalho praticada ao longo destes últimos dez anos, sem a qual seria impossível criar uma pintura que correspondesse às minhas intenções".
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
21/01/1986

Enviar novo comentário

O conteúdo deste campo é privado não será exibido publicamente.
CAPTCHA
Esta questão é para verificar se você é um humano e para prevenir dos spams automáticos.
Image CAPTCHA
Digite os caracteres que aparecem na imagem.
© 1996-2016. tabloide digital - 35 anos de jornalismo sob a ótica de Aramis Millarch - Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Altermedia.com.br