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Costner, antes da fama "Intocável"

Com exceção de Gene Hackman, 57 anos completados no último dia 31 de janeiro, não há nomes conhecidos no elenco de "Sem Saída". Isto se considerarmos que quando o filme foi rodado (abril a junho de 1986), Kevin Costner era ainda anônimo - e cuja consagração só viria com seu filme posterior, "Os Intocáveis", de Brian de Palma (em reprise no Lido II, 20:30 horas). Aliás, o êxito da saga de Elliot Ness contra o gangster Al Capone (1899-1947), na ótica de Brian de Palma, estimulando inclusive a Globo a reexibir a série da TV original, fez com que "The Intochables" desse a Costner uma projeção maior como novo astro deste final de década. Anteriormente, só a pequena faixa de público que presta atenção nas caras novas havia observado sua atuação como o personagem Jack no excelente western "Silverado", de Lawrence Kasdam, que lhe deu um bom papel, para compensar o fato de que as seqüências em que filmou para "O Reencontro" (The Big Chill, 85) acabaram cortadas na hora da montagem (interpretava o colega cujo suicídio provoca a reunião de antigos colegas ao longo de um fim de semana, mas esta parte não foi aproveitada no final). Costner fez depois três filmes inéditos no Brasil ("Fandango", de Kevin Reynolds, "Testment" e "American Flyers", de John Badham), além do episódio "A Missão", da série de TV "Amazing Stories", de Steven Spielberg. Hackman - o contraditório vilão de "Sem Saída", chegou ao cinema com bom aprendizado no teatro e várias premiações e já ganhou até um Oscar ("Operação França", 1971), embora seja mais conhecido como o intérprete do vilão Lex Luthor da série "Superman". Sean Young, a "Susan" deste "No Way Out", já fez ao menos um filme famoso: "Blade Runner - O Caçador de Andróides", de Riddley Scott, mas passou despercebida. Agora, como praticamente a única atriz num filme de elenco basicamente masculino, tem um destaque especial. Pena que morra já na primeira parte. Will Patton, que como o maldoso e maquiavélico Scott Fritchard tem uma atuação marcante, até agora havia feito apenas pontas em alguns filmes importantes: "Procura-se Susan Desesperadamente", "Depois das Horas" e "Silkwood", entre os que chegaram ao Brasil. Um destaque especial: como o velho senador Duvall, um veterano coadjuvante, Howard Duff, 71 anos, 50 de vida artística, que começou como radioator, foi pioneiro da televisão, estrelou dois clássicos filmes de Jules Dassin ("Brutalidade", 47 e "Cidade Nua", 48), apareceu em dezenas de westerns, policiais e filmes de aventura, para, nos últimos anos, entrar em recesso. Duff foi também marido de Ida Lupino, 71 anos, atriz que se tornou uma das primeiras mulheres a dirigir filmes em Hollywood, tendo, até hoje, feito apenas seis longa-metragens como realizadora. xxx Um destaque final para "Sem Saída": a excelente trilha sonora de Maurice Jarre. Alternando uma música que dá o clima a toda ação dramática, com temas conhecidos (inclusive alguns orquestrais, belíssimos), a trilha funciona. A fotografia do veterano John Alcott também consegue captar o ambiente huis clos do assustador Pentágono em contrapartida aos belos exteriores de Washington e o trepidante e moderníssimo shopping center que funciona hoje nas antigas instalações dos correios da capital americana. Aliás, uma das poucas seqüências - com a perseguição do herói Farrell por dois assassinos "oficiais" - que destoa no clima inteligente e bem desenvolvido do roteiro de Robert Garland (baseado no romance "The Big Clock", de K. Fearing), com edição programada, no Brasil, para breve.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
24/02/1988

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