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Aramis

A crise não impede que curta-metragistas atuem

São Paulo, graças a vários programas oficiais - tanto da Secretaria Municipal da Cultural (lá dirigido por uma intelectual e executiva realmente eficiente e criativa, a filósofa e professora Marilene Chui) é a secretária estadual de Cultura, desde o período em que o jornalista Fernando Moraes (atualmente na Secretaria de Educação), ali desenvolveu um admirável trabalho está dando exemplo. Ignorando o fim da Embrafilme, a recessão e a falta de maior apoio financeiro, curtas e médias-metragistas, bem como videastas, trabalham bastante, levam seus ótimos trabalhos a festivais nacionais e no Exterior, fazem, enfim que o Brasil, sem produção de longa-metragens, tenha ao menos uma presença através dos curtas em festivais como de Oberhausen, Clarmont e tantos outros, aos quais a imprensa nacional, finalmente, vem dando o merecido espaço. Dos 33 curtas em 35mm inscritos, o Rio Grande do Sul - outro Estado com tradição de bom cinema, que revelou vários talentos (um deles, consagrado mundialmente, Jorge Furtado, com "Ilha das Flores", "Essa Não é Sua Vida", "Barbosa" e "O Dia em Que Dorival Enfrentou a Guarda"), participa com "Novela", de Otto Guerra, que trabalha basicamente com cinema-de-animação. De São Paulo, vem a maior participação: "Epopéia", de Michael Ruman; "Inseto", de Angela Barbosa; "Jogo de Memória", de Denise Vieira Pinto; "As Rosas Não Calam", de Anna Mulaert; "Faça Você Mesmo", de Fernando Bonassi; "A Revolta dos Carnudos", de Eliana Fonseca; "História de Crianças", de Teles A.M. Ab`Saber; "Zona Leste Alerta", de Francisco Cesar Filho, "Chuá", de Mirella Martinelli: "O Crime da Imagem" de Lirio Ferreira; "SP 3 Pontos", de Marcos Escobar; "P.R. Kdeia", de Eduardo Caron; "Squich", de Flávio del Carlo; "Nayara, A Mulher Gorila", de Marta Nassar; "O Fazedor de Fitas Inacabadas", de Tony de Souza; "Modernismo: Os anos 20", de Roberto Moreira; "Novos Rumos: O Pós-Guerra", de Mirella Martinelli; "O Engano", de José Alberto de Souza; "Batman e Robim", de Ivo Branco (já com vários curtas premiados, inclusive um sobre a escritora Patrícia Galvão, a Pagu); "Olímpicos", de Flávia Moraes (atuante na área publicitária, que roda seus curtas com sucatas do que sobra dos caríssimos comerciais); "Olhos sobre Tela", direção coletiva; "Tempo", de Ricardo Dantas; "Disque "N" Para Nascer", de Arnaldo Galvão; "Nazareno", de Flávio Figueiredo e "Cartas dos Confins do Império", de Renato Bulcão. São Paulo participa com 25 curtas em 35mm. No Rio de Janeiro, inscreveram-se 6 curtas 35: "Estação Aurora", de Paulo Gastan; "O Bilhete Premiado", de Maurício Farias; "Outros 500", de Carlos Frederico; "O Acesso e a Igreja da Glória em Companhia", de José Reznik; "Os Moradores da Rua Humboldt", de Luciano Moura e "Krajcberg a Chico Mendes", de Aluísio Didier. A diversificação dos temas mostra como curtas podem registrar, preservar e principalmente promover aspectos da cultura brasileira. Imagine-se quantos temas do Paraná - desde as tão badaladas experiências urbanísticas que o prefeito Lerner faz em Curitiba - até documentários sobre nossa história, artistas etc. poderiam ser realizados!. É, mas para isto, precisa existir visão cultural, decisão e, principalmente, gente competente - e não oportunistas indignos - na "coordenação" dos centros audiovisuais de fundações mantidas com recursos pagos pela população.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
27/06/1992

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