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Aramis

Curitiba, segundo Kraide

"Mostre-me os bares de uma cidade, que eu te direi quem é o povo que nela vive". Partindo deste raciocínio, Antônio Carlos Kraide, 32 anos, 10 de teatro, decidiu montar um espetáculo, de criação coletiva, capaz de traduzir muito do espirito curitibano sua gente, seus costumes e seu folclore. Após 5 meses de discussões, bate-papos, ensaios e muito trabalho, "Curitiba Velha de Guerra" está pronta para estrear (ginásio do SESI; Avenida Cândido de Abreu, 1o a 10 de dezembro). xxx O espetáculo divide-se em 7 quadros, cada um ambientado num cenário que lembra um bar da cidade, com seus fregueses, garçons e costumes característicos. Há o bar dos machões (o Stuart, na praça Osório), o barra-pesada (Bar do Luiz, ambiente mais quente da madrugada), um bar sofisticado, o ambiente jovem (Tipiti), enfim, numa visão que Kraide e sua equipe procuram dar da cidade, vista de uma forma bem humorada, comunicativa. Para embalar sonoramente o espetáculo, Kraide convocou dois dos maiores talentos do Paraná: Paulo Vitola e Marinho Gallera, que compuseram 9 temas especialmente para os diferentes momentos, todos do melhor nível. Apenas uma música antiga de Vitola será utilizada: "Joãozinho boa pinta". O espetáculo foi cuidado em todos os detalhes. O cartaz que Waiss, da PAZ, criou, não poderia ser dos mais bonitos: um rótulo de garrafa de aguardente, com muitas cores e uma solução gráfica das mais perfeitas. A mesma arte foi utilizada em pequenos decalques-rótulos, distribuídos para promover o espetáculo. O programa da peça será um cardápio, trazendo como se fossem as informações dos pratos e bebidas os nomes dos atores e atrizes que participam. xxx No elenco, Kraide está lançando muita gente nova. Rapazes e moças, com tipos interessantes, que ganham uma grande oportunidade nesta peça das mais promissoras. Mas há também profissionais experientes, como Elisabeth Destefanis e Ariel Coelho. xxx Há 5 anos, "Cidade Sem Portas", que Adherbal Fortes e Paulo Vitola escreveram e musicaram, para uma longa temporada no Paiol, foi a primeira tentativa de fazer um teatro com coisas e personagens de nossa cidade. Agora, de um outro enfoque, mas igualmente com a melhor das intenções e muito entusiasmo, Kraide, através do grupo Prisma, apresentará esta nova experiência. Falando daquilo que conhece, sem pretensões, com a humildade que sempre lhe caracterizou. E que por isso justifica que seja estimulado e aplaudido, independente dos resultados artísticos que conseguiu. xxx Mesmo com a Copa e o frio, "Curitiba Velha de Guerra", que inaugura um novo espaço cultural da cidade o teatro-ginasio do SESI, merece ser prestigiado. A partir do dia 1o de junho, todas as noites.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Nenhum
Tablóide
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28/05/1978

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