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Aramis

De mulheres, poesia & romances

Mulheres & poesia, Gladys Gama França, 40 anos, entra na idade da razão com "Sedução", seu quinto livro. Fluminense de Campos, há 20 anos em Curitiba, esposa do psiquiatra Olimpio França, dois filhos, Gladys vem mantendo uma produção lírica - entre a poesia romântica e a reflexão do dia-a-dia. Em 1983, foi "É Necessário que Haja", ao qual se seguiram "De repente..." (84), "Apenas Uma Mulher" (85) e "Afeto Sem Retoques" (87). Como sempre faz em seus livros, Gladys busca palavras amigas de seus psiquiatras de plantão: o ex-padre Emir Calluf a apresentava em "Afeto Sem Retoques". Agora é seu atual analista, Carlos Abel Fiorucci, que avaliza o livro, afirmando que "Sedução" marca o mergulho de Gladys intimista e que procura explorar de forma reflexiva seu momento existencial". Uma afetuosa carta que a carta que a poeta-maior Helena Kolody havia enviado a Gladys, agradecendo a remessa de seus livros anteriores, foi usada como apresentação e na dedicatória, Gladys mostrou toda sua generosidade social: 60 pessoas de Curitiba merecem a gratidão da autora. Gladys ainda não marcou o início do ciclo de tardes de autógrafos de "Sedução" (editora Litero Técnica, mil exemplares, 65 páginas), como costuma fazer com seus livros. xxx Mulher múltipla - repórter eventual, artista-plástica menos eventual, funcionária pública mais assídua e arte-educadora que por alguns anos trabalhou com presidiários (do que resultou o livro "Cores Algemadas - arte nos presídios", 1987), Denira Rozário publicou entre julho a dezembro de 1987 na "Tribuna da Imprensa" (RJ), 20 entrevistas - reportagens com poetas brasileiros. Reunidas num volume com uma biografia introdutória e mini-antologia de cada poeta focalizado, mais uma bibliografia básica - o volume ganhou o prêmio Assis Chateaubriand da Academia Brasileira de Letras (1989). Assim como Renard Perez fez há mais de 20 anos no referencial "Escritores Brasileiros Contemporâneos", Denise Rozário em seu livro (editora José Olympio, 320 páginas) oferece perfis de 20 dos mais importantes poetas contemporâneos (alguns já falecidos): Murilo Mendes, Drummond, Dante Milano, João Cabral, Ledo Ivo, José Paulo Paes, Ferreira Gullar, Gilberto Mendonça Teles, Renata Pallottini, Mário de Oliveira, Affonso Romano Sant'Anna, Carlos Nejar, Lélia Coelho Frota, Armando Freitas Filho, Tite de Lemos e Afonso Henriques Neto. Stella Leonardos é conhecida como poeta. Mas, pela terceira vez, incursiona (bem) na ficção: "Dias Pássaros" (José Olympio, 124 páginas). Um romance curto, lírico e bem carioca que com diálogos vivos transmite uma intensa sensação de vida. Há dramaticidade, muito à maneira de Stella, misturando romance, poesia e dramaturgia, tudo com muita unidade - mas leve e forte. Enfim, uma ficção moderna, com alguns monólogos interiores num livro que se lê de um só ímpeto, como quem conversa com a própria vida. xxx Agora falemos de três escritoras estrangeiras. A primeira delas é a polêmica Regina Deforges, cuja trilogia "Bicicleta Azul" valeu processos de plágio dos herdeiros de Margaret Sullivan, que a acusaram de ter plagiado o clássico "E o Vento Levou". Primeira mulher a editar livros eróticos na França (o que lhe custou a condenação pela Justiça e suspensão de seus direitos civis por 5 anos), Regina em "Por Amor a Marie" (Best Seller, 136 páginas, NCz$ 200,00), baseado em fatos reais, detalha a história de amor entre duas jovens mulheres de um povoado no Interior da França no início do século. Outra escritora bastante excitante é a americana Mary Gaitskill, que em "Más Companhias" (Best Seller, 236 páginas, NCz$ 270,00) reúne contos em torno do amor e perversão nos dias atuais. Mary evoca um mundo de ternura e crueldade, onde o amor e a pornografia se fundem, povoado de prostitutas de luxo, secretárias exploradas sexualmente e viciados, e desajustados - enfim uma galeria barra-pesada. Doris Mortman, ex-publicitária e jornalista, que ficou famosa com seu primeiro romance ("Circles", que será editado pela Best Seller), é a autora de "A Primogênita com um plot interessante: em setembro de 1939, Franyr Bekah Lublin Rostov (Frances Rebecca), morre de câncer aos 40 anos. Inconsolável, seu marido, o imigrante-russo Sinnoch Rostov, exige dos filhos uma promessa: todas as primeiras netas da família deveriam receber o nome da avó. E durante mais de 20 anos, Cissie, Frankie, Jinx e Becca - as primogênitas nascidas com o nome Frances Rebecca têm suas vidas marcadas pela memória da avó, mulher que não conheceram mas cujo exemplo deveria ser seguido à risca. Com cenários sofisticados - o mundo da moda em Paris, os bastidores de um programa de TV em Nova York, as falcatruas de uma grande rede de hotéis e os jogos políticos para uma campanha ao Senado - "A Primogênita" deve chegar logo às telas. E o livro, lançamento da Best Seller, escalar rapidamente as listas dos mais vendidos. LEGENDA FOTO 1 - Gladys: a poesia-reflexão. LEGENDA FOTO 2 - Régine: amor entre mulheres. LEGENDA FOTO 3 - Mary: contos eróticos. LEGENDA FOTO 4 - Doris: primogênitas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
03/02/1990

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