Denises paranaenses que deram certo lá fora.
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 01 de agosto de 1980
Denise stocklos, uma iratiense de talento quebnos últimos 5 anos tem percorrido o mundo e fazendo espetáculos de mímica, voltou a Curitiba em 14 de julho, dia de seu 30o aniversário, por uma razão muito especial. Desejou que o seu segundo filho nascesse no Paraná e quarta-feira, na Maternidade Moysés Paciornick, pelo método de parto de cócoras, teve um belo menino, cujo nome ainda não foi escolhido. Thais, 2 anos, a primeira filha de Denise, nasceu na África do Sul, como registramos nesta coluna, na época.
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Há duas paranaenses chamadas Denises, ambas belas, talentosas e inteligentes, que fazem sucesso internacional. Denise De Kalafe, de Ponta Grossa, cantora e compositora, depois do período da "flor-amor" na geração pré-Woodstock, quando cantava descalça em programas de televisão em São Paulo, foi para o México e lá está há 11 anos. Hoje contratada da Ariola, após vários elepes na RCA (que estranhamente nunca se preocupou em editá-los no Brasil), atendendo contratos em vários países da América Latina e Central. De Kalafe está engordando ainda mais sua conta bancária, com a produção de "Gota da Água", de Chico Buarque e Paulo Pontes (de uma idéia de Oduvaldo Viana Filho), que traduziu para o espanhol. Com muitos amigos em Curitiba, especialmente o cantor Nikol (ex-Júnior) Denise De Kalafe há tempos promete retornar a Curitiba, onde esteve há 4 anos, fazendo apenas 3 apresentações na Mouraria, acompanhada pelo guitarrista Célio Malgueiro, que foi revê-la, há alguns meses, na Cidade do México.
Já Denise Stocklos, que chegou a Curitiba no início de 1969, formada em jornalismo, começou escrevendo, dirigindo e atuando numa peça montada a meia-noite no antigo Teatro de Bolso intitulada "Circulo na Lua, Lama na Rua", que teve, em nossa coluna, seu único registro na época. E desde então, Denise não parou mais: escreveu novos textos, atuou em alguns dos melhores espetáculos teatrais aqui montados (inclusive nas produções do grupo Momento, dirigido pelo polêmico Oracy Gemba), fez jornalismo e televisão (no "Show de Jornal", do canal 4, criou um quadro onde defendia idéias tão avançadas para a época, que acabou sendo vetado pela censura) e depois, em São Paulo, teve uma fase de maior profissionalização: cinema, teatro e mesmo produção. O Exterior surgiu como uma opção e nas andanças internacionais. Denise muito aprendeu, somando a sua sensibilidade de poeta, escritora-atriz, o amadurecimento de um voluntário e assumido exílio. Agora, com um curriculum altamente enriquecido, especialmente na área da mímica, Denise veio ter o segundo filho em Curitiba, onde ficara por algum tempo. Mesmo nos últimos dias da gravidez, não parou: entusiasmada com o projeto do cineasta Ruy Varezi, o auxiliou na expressão corporal para a rodagem de "A Casa Iluminada", onde o ator principal é um de seus melhores amigos, o múltiplo talento Antonio Carlos Kraide.
A volta de Denise é importantte. E os parabéns vão pelo nascimento de herdeiro e o muito que poderá mostrar por aqui. Aliás, já tem data marcada para encenar seu espetáculo no Guaíra, antes de voltar a Europa, no próximo ano.
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