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Aramis

Do jornal Mural aos livros de jornalismo

Na semana passada a jornalista Dinah Pinheiro Ribas, assessora de imprensa da Fundação Cultural, recebeu uma notícia que lhe fez dar um sorriso kolgate: em Foz do Iguaçu, a Prefeitura também decidiu seguir o exemplo de Curitiba e criar um jornal mural. Com isto já são três as cidades brasileiras (Olinda e Bauru, as outras duas), que, espelhadas na bem-sucedida experiência desenvolvida há quatro anos em nossa cidade tem no "Jornal Mural" uma publicação quinzenal para levar informações de utilidade pública, programação e, naturalmente, mensagens políticas - nem sempre discretas - à população. Não se trata de nenhum Ovo-de-Colombo: há mais de 20 anos que em Ouro Preto e Barbacena, existe o "Jornal do Poste", com duas a três edições diárias, datilografado e xerocado, distribuído em vários postes daquelas históricas cidades mineiras. Em 1971, na primeira administração do arquiteto Jaime Lerner, o então Departamento de Relações Públicas e Promoções da Prefeitura, criou o primeiro "Jornal Mural", que foi editado por mais de um ano, com boa distribuição na cidade. Desativado posteriormente, foi retomado pela FCC e após ter a própria Dinah como editora, passou a editar o jornalista Fernando Alexandre e, finalmente, conta agora com a competência da profissional Elisabeth Fortes. Infelizmente, Beth em breve vai deixar esta função: por razões pessoais retorna a Aracaju, onde trabalha o seu marido (técnico da Petrobrás) e ela vai trabalhar na recém-criada Fundação Cultural de Sergipe. Mas o "Jornal Mural", chegando agora ao seu número 63, continuará a circular todas as semanas. xxx Falando em comunicação, três registros de livros especializados para enriquecer a bibliografia. Em primeiro lugar, o Dicionário de Propaganda e Jornalismo, de Mário Erbolato, veterano profissional da sucursal d'O Estado de São Paulo e professor do Instituto de Artes e Comunicações da PUC-Campinas. Vocábulos, expressões técnicas, informações gerais e aspectos históricos de jornalismo, além da Legislação, definições de cargos e funções, abrangendo as atividades das agências de propaganda e do jornalismo impresso, radiofônico e de televisão foram reunidos nesta obra de referência (Editora Papirus, 344 páginas, Cz$ 240,00). O livro é resultado de 10 anos de pesquisas e de experiência acumulada por Erbolato numa longa carreira profissional. Mais do que um Dicionário especializado, se constitui em uma importante enciclopédia para estudantes e profissionais da comunicação social ao apresentar de forma ordenada informações precisas. Há 34 anos funcionário d'"O Estado", experiência em vários outros veículos de comunicação ("Correio Paulistano", "Folha da Manhã", agência Sul Press; "Diário do Povo de Campinas" etc.), Mário Erbolato, 67 anos, assim explica seu livro: - "Foi uma tarefa artesanal onde procurei cobrir falhas que encontrei em outras publicações, abordando o assunto de uma forma mais completa". xxx Guido Fidelis, outro dromedário da imprensa paulista, há 25 anos nas redações dos jornais, também advogado, ex-Última Hora, A Nação e A Gazeta, quase uma dúzia de obras publicadas, acaba de lançar "Jornalismo - A Grande Arma da Liberdade" (Companhia Editora Nacional, 80 páginas), dentro da coleção Portas Abertas - que pretende disputar a mesma faixa de outras séries de obras em formato-de-bolso, com temas do momento (Encanto Radical e Tudo é História, da Brasiliense; Universidade Livre, da L&PM etc.). Reunindo ensaios, sempre dentro de uma visão objetiva e jornalística, Guido Fidelis fala dos primórdios da imprensa, da Censura, da influência governamental, a imprensa amarela, o sensacionalismo e violência, as imprensas religiosas e alternativas e dedica mais de 30 páginas aos aspectos da "Vida no Jornal". Uma obra útil e oportuna, também de interesse aos profissionais da área e, especialmente, estudantes. xxx Décimo terceiro volume da coleção Novas Buscas em Comunicação, "Subsídios para uma Teoria da Comunicação de Massa", de Luiz Beltrão e Newton de Oliveira Quirino (Summus Editorial, 216 páginas, Cz$ 96,00) é uma espécie de obra terminal na já marcante bibliografia que Beltrão vem desenvolvendo há anos. Pernambucano com grande vivência na imprensa em vários Estados (e também no magistério), Beltrão tem abordado os mais diversos aspectos da comunicação em seus livros, já que é professor da matéria em cursos superiores em Brasília. Desta vez, em colaboração com Newton Quirino, organizou um volume no estilo dos clássicos manuais europeus e norte-americanos, solidamente apoiado em extensa bibliografia, resenhando os conceitos fundamentais. Ao se debruçar sobre temas absorventes da Teoria da Comunicação de Massa, Beltrão e Quirino produziram um livro que preenche uma lacuna na biografia [bibliografia] brasileira - e o lugar comum da afirmação, se justifica, na medida em que descrevem os sistemas de comunicação de massa, privilegiando seus instrumentos de expressão (códigos, mensagens) e reprodução (controles, efeitos).
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
13
24/05/1986

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