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Aramis

Dorothy lembra sua vida com o Caruso

Falando em livros sobre música, um lançamento que já teve rápidos registro (inclusive com reprodução da capa) nesta coluna, mas que merece maiores detalhes: "Enrico Caruso - Sua Vida e Sua Morte" de Dorothy Caruso (Editora Nova Fronteira, 246 páginas, tradução de Marta Rodolfo Schmidt). Biografias sobre "O Grande Caruso" existem várias, mas esta tem um toque muito pessoal: foi escrito por sua última esposa, Dorothy Park Benjamin Caruso (1902-1955), neta de um famoso jornalista, Park Benjamin, que foi editor associado de Horace Greeley, do "New York" (semanário fundado em 1834) e amigo de escritores como Edgar Allan Poe, Henry Wadsworth Longfellow e Oliver Wendel Holmes. Embora filha de nova-iorquinos, viveu a maior parte de sua vida na França e Itália. Durante os primeiros anos da II Guerra Mundial permaneceu na França para ajudar a vestir e alimentar as famílias carentes dos Alpes. Em 1942, voltou à América onde viveu até a sua morte em 1955. Conheceu Enrico Caruso (1875/1921) em 1917 e logo casariam. Dois anos depois nasceria Glória, sua filha. "Escrevendo este livro - diz Dorothy - registrei fielmente todas as palavras e ações de Enrico que podiam explicá-lo para o público - não apenas àqueles que tiveram o privilégio de ouvi-lo cantar, mas também aos que nem eram nascidos quando ele morrei". Ao voltar a América, em 1942, Dorothy descobriu que Enrico não foi esquecido, "mas vivia, como se nunca tivesse morrido" e assim decidiu oferecer seu depoimento para se conhecer melhor o tenor que arrebatou auditórios de todo o mundo e mudou a maneira de cantar. Sem usar a ordem cronológica, sua viúva escolheu "um momento no tempo a partir do qual posso olhar para a frente e para trás, como se estivesse numa porta entre duas salas conhecidas". Assim, o livro começa com a partida do casal, quando, deixava a Itália para morar nos EUA. Em seguida, num flash-back, Dorothy relembra os fatos mais marcantes da personalidade de Caruso e descreve minuciosamente seu dia-a-dia, explicando algumas lendas em torno do cantor e mostrando sua verdadeira dimensão humana e artística. Como se fechasse o círculo de uma existência, o livro termina com a partida dos EUA para a Itália, onde Caruso, que era 20anos mais velho que a mulher, veio a falecer na mesma Nápoles onde tinha nascido.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
13/06/1992

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