Duque, coerência do jovem político
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 24 de agosto de 1985
"Legislativo: resistência de 20 anos levou o País à transição", é o título do volume em que o deputado federal Hélio Duque reuniou 14 dos discursos que pronunciou no ano passado. Jornalista, com sólida formação em economia e especializado em problemas do café solúvel, tema sobre o qual já escreveu dois livros, Duque tem sido um dos mais atuantes parlamentares brasileiros. Muitos dos discursos do parlamentar adquirem vida autônoma, como documentos de uma época. Basta, por exemplo, lembrar os títulos que deu àqueles pronunciamentos: "Uma nação explorada pelos banqueiros externos", "A corrupção BNCC-Central-sul", "A brutalidade da política salarial", "O genocídio salarial e [nomenclatura]" e "Londrina defende com unhas e dentes o que é seu".
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Falando em Hélio Duque, ganhou ele entrevista de página inteira no seminário "José", a mais influente publicação de Brasília que o define como "o melhor critico da política econômica do passado governo na Câmara dos Deputados". Em entrevista a Dario Macedo, Duque explica, com vagar, porque deixou a vice-liderança do PMDB:
-"Nosso afastamento não significa um não apoiamento ao governo. Ao contrário.
Os avanços político-institucionais do governo estão indo ao encontro das aspirações nacionais. Contudo, com a responsabilidade da tratar de assuntos econômicos naquele colegiado, não me sentia a vontade para defender uma politica econômica que ao longo dos meus mandatas sempre condenei. Foi por uma questão de coerência, de consciência e de respeito à própria fonte legitimadora do meu mandato, considerando o fato ainda, como um dever ética e moral, achei melhor afastar-me daquela função. Fico mais a vontade para cobrar os compromissos do PMDB na área econômica e social, ajudando, assim, embora modestamente, o própria governo".
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