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Aramis

Ecologia germânica

Mais do que simples palestras destinadas a um público específico, as conferências do professor Rudolf Doernach, diretor da Biohaus, em Stuttgart, República Federal da Alemanha (25 a 29 de abril, anfiteatro do Setor de Ciências Tecnológicas da UFP, no Centro Politécnico), oferecerão uma (rara) oportunidade de arquitetos, biólogos, agrônomos etc. conhecerem, melhor, as idéias de um homem que vem sendo tema de reportagens das maiores revistas especializadas da Europa. Pois Doernach é o principal arauto daquilo que se chama de "Biotectura", uma fusão da arquitetura, ecologia e biologia - aplicada na devolução (ou tentativa de) da natureza no ambiente urbano. xxx As primeiras palestras de Rudolf Doernack no Brasil foram em Porto Alegre, na semana passada, com grande repercussão. Agora vai falar em Curitiba, expondo seus projetos, o trabalho que desenvolve na Biohaus, instituição que dirige em Stuttgart, com teorias estranhas mas fascinantes. Por exemplo, a utilização de gramas nas paredes, a fusão das árvores ao ambiente doméstico etc. Ao lado das palestras no Centro Politécnico, nas quais terá como tradutora a professora Heidi Lied, Doernach desenvolverá também trabalhos de campo, próximo à Academia Militar do Guatupê, junto com estudantes - evidentemente, apenas aqueles que falam inglês ou alemão. xxx Depois de Doernach, outro importante nome da arquitetura alemã vem a Curitiba: o urbanista Martin Furstenberg, de 12 a 18 de maio, falará sobre um tema atualíssimo; "Sem passado: nenhum futuro". Ou seja, a necessidade de preservação de ambientes e monumentos históricos e arquitetônicos. Furstenberg, que não é parente de Ira, a ex-senhora Baby Pignatari e hoje badalativa atriz (ou candidata a) no internacional set europeu - já passou um ano (1974) em Salvador, trabalhando no projeto de restauração do bairro do Pelourinho. Conhece assim as dificuldades existentes no Brasil para preservação (e restauração) de prédios antigos. O que aliás, faz com que o feliz título de um livro do jornalista Franklin de Oliveira continue atualíssimo: "A Morte da Memória Nacional". xxx Já que falamos em atividades germânicas - e que como não poderia deixar de ser realizadas exclusivamente graças ao Goethe Institut, dias 2 e 3 de maio, no tórrido teatro universitário da galeria Júlio Moreira, um ator alemão, Wolfgang Haller, fará uma recitação cênica, com textos de Thomas Mann ("Felix Krull") e Max Frisch ("Stiller"). Pena que só para quem conhece a língua de Goethe.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
4
23/04/1977

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