Encontro da Seresta
Artigo de Aramis Millarch originalmente publicado em 17 de julho de 1977
Provavelmente nem os próprios organizadores que se deram conta da validade do evento. Pois só isso justifica que o mesmo venha sendo realizado de forma tão discreta, sem qualquer promoção prévia mesmo às pessoas que mais de perto estariam interessadas. Ontem, no Ginásio Municipal de Esportes Agostinho Zarpelon Junior, em Irati, houve o IX Encontro de Conjuntos de Seresta do Paraná. A promoção é do Sesi, através de seu serviço de Recreação e Cultura Artística, dando [seqüência] a uma feliz idéia do maestro Zanardine, já falecido, e que organizou a primeira reunião em Ponta Grossa, em 1968.
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Nestes nove anos, os encontros de conjuntos de serestas [têm] sido realizados em cidades do Interior (exceto em 1968[?], que foi em Curitiba), proporcionando a participação de músicos e cantores amadores de cidades como Castro, Paranaguá, Ponta Grossa, Palmeira, São Mateus do Sul, União da Vitória, Porto União, Londrina e Teixeira Soares. Em cada um destes encontros participam grupos de seresteiros que, unidos apenas pelo amor [à] música popular, apresentam ao lado de clássicos consagrados nacionalmente, também composições próprias. O Sesi organiza os encontros apenas como "mais uma das atividades" de seu setor de recreação, sem se dar conta do importante serviço que presta no sentido de estimular talvez os últimos grupos de uma música autêntica, sincera, que se faz no interior - cada vez mais ameaçada de desaparecer, pela descaracterização de nossos ritmos, do colonialismo cultural, imposto pelas multinacionais do som, enfim pela época do supérfluo pop e da praga das "discotheques".
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Se houvesse maior divulgação, por certo o Encontro de Seresteiros, ontem à noite, em sua nona edição, teria levado a Irati um grande número de pessoas interessadas em aplaudir a música espontânea e autêntica dos grupos como os Saudosistas do Yapó, (de Castro) o Serenata Ponta-grossense, o Serenata da Saudade (de São Mateus do Sul), o Luar de Palmeira, o Kuster (de Tangará, SC), a Turma da Seresta (de Paranaguá), os Seresteiros do Iguaçu (Porto União da Vitória), o Seresta e Saudade (de Londrina), o conjunto de serestas de Teixeira Soares e os Seresteiros de Irati.
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