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Enéas, a primeira vitória foi em 68

Em 1968, dois anos após sua criação - e depois das eleições para a Assembléia e [Câmara] em 1967 (que comentaremos amanhã), o MDB começava a se estruturar para as eleições MUNICIPAIS. Poucos [municípios] tinham diretórios. A preocupação era ampliar a representação ao menos na Câmara de Curitiba, onde Arlindo Ribas de Oliveira era uma voz solitária. O diretório metropolitano, instalado no dia 2/5/1968, ocupou o mesmo endereço do diretório estadual (Rua Pedro Ivo, 698, 1º andar). As primeiras reuniões do Diretório Metropolitano começavam a ter minguadas presenças de pretendentes a candidatos a vereador - e como havia, na época, 20 cadeiras na Câmara, o partido poderia ter até 60 candidatos. Lembra, entretanto, Sebastiani, que não era fácil encontrar candidatos capazes de motivar um trabalho. "No bairro de Santa Felicidade, por exemplo, o MDB não havia conseguido candidato. Assim, passei diversos dias tentando localizar um nome, até que veio a informação do ex-vereador trabalhista, Milton Anselmo da Silva, de que o genro Sr. Antonio Madalosso, Admar Bertoldi, poderia vir a ser candidato. Fui procurá-lo e obtive sucesso". Bertoldi foi candidato e conseguiu ser eleito. Já Maurício Fruet - que agora, possivelmente, será candidato a Prefeito de Curitiba pelo PMDB - "tinha a intenção de se apresentar como candidato a vereador por Curitiba, porém procurou, inicialmente as hostes da Arena". Só quando aquele partido não o aceitou, foi que Fruet procurou o MDB, o que fez com que Sebastiani vetasse seu nome. Com a intervenção do deputado Léo de Almeida Neves Silvio mudou sua posição. Fruet seria eleito - juntamente com outro radialista, jovem, que também foi levado ao partido: Enéas Faria. Dos 42 candidatos que o MDB conseguiu para disputar a [Câmara] em 1968, sete foram eleitos: Fruet, Enéas, Bertoli, Adhail Sprenger Passos, Adalberto Daros, Aroldi Armstrong e Ribas de Oliveira (reeleito). Lauro Carvalho Chaves - que na eleição anterior, pelo Partido Libertador, também ficou como suplente (assumiu com a licença do vereador Aristides Simão), novamente ficou como primeiro suplente - quando já comemorava a vitória com uma churrascada. [Ficou furioso], fez ameaças no TRE mas se conformou (mais tarde, assumiria na condição de suplente quando Fruet foi eleito deputado federal em 1971). Em 1972, o MDB reelegeu Admar Bertoldi, Adhail, Ribas de Oliveira, Enéas e Adalberto Daros. Dos novos candidatos, o único que conseguiu eleger-se foi Amadeu Geara. Novamente, Lauro Carvalho Chaves ficou na primeira suplência. Em 15 de novembro de 1974, Enéas Faria, candidato a deputado, foi o mais votado do Estado - com 86.595 votos, entre os 25 emedebistas eleitos para Assembléia, enquanto Alvaro Dias, com 175.434 liderava a bancada dos 15 parlamentares federais. A massacrante [vitória] da oposição naquele ano - que assustou o regime militar - e que levou o então desconhecido advogado de Londrina Francisco Leite Chaves (tendo Euclides Scalco como suplente) ao Senado, com 1.090.831 votos (João Mansur, pela Arena, teve 703.354) consagraria novas lideranças. Enéas Faria, então com 34 anos (que [completará] no dia seguinte as eleições), tinha uma [vitória] expressiva numa carreira que, nos anos [seguintes], seria marcada por outras eleições - novas [vitórias] e também algumas frustrações - "dentro do jogo democrático, que vivo desde minha adolescência" diz o agora, novamente Senador, lembrando que, em 1961, quando ainda adolescente, foi quem substituiu a Cândido Manoel Martins de Oliveira na presidência da então atuante União Paranaense dos Estudantes Secundários.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
24
14/04/1992

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