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Aramis

As estrelas que foram iluminar o firmamento

O ano de 1990 começou levando duas divas do cinema - Barbara Stanwyck, aos 83 anos, no dia 20 de janeiro e, cinco dias depois, Ava Gardner, aos 68 - e, três meses após, a mitológica Greta Garbo, aos 85 anos, no dia 15 de abril, em Nova Iorque - seu retiro desde 1941, quando abandonou voluntariamente o cinema no auge de sua carreira. Outra atriz inesquecível, Paulette Goddard - a lembrança eterna da companheira de Chaplin (que foi seu marido) em "Tempos Modernos", que morrera aos 79 anos, em 22 de abril. Outras atrizes faleceriam também nos primeiros meses: Jean Wallace, que foi esposa e atriz nos filmes de Cornel Wilde; a bela Capucine (Germanine Lefébvre), que suicidou-se em 17 de março, atirando-se da janela do apartamento do edifício em que morava, na solidão de seus 52 anos, em Lausanne, na Suíça. Na Califórnia, em 18 de maio, morria Jill Ireland, 54 anos, ex-mulher de Charles Bronson, com quem fez 10 dos 35 filmes que estrelou. No lado masculino, 1990 começou com a morte de Arthur Kennedy, aos 76 anos, no dia 5 de janeiro, seguindo-se a morte do ator inglês Terry Thomas, aos 78 anos, no dia 8 e, em 7 de janeiro, também morria outro ator inglês, menos conhecido, Ian Charleso, 40 anos, que atuou em "Carruagens de Fogo", vítima da Aids. Um dos maiores nomes do cinema e teatro inglês, Rex Harrison, 82 anos, faleceria em 2 de junho. Na Itália, entre outros, morreram os atores Aldo Fabrizi (março) e Ugo Tognazzi. Num ano que levaria dois dos maiores cineastas contemporâneos - Jacques Demy, de "Os Guardas Chuvas do Amor" e "Duas Garotas Românticas", em 29 de outubro e Martin Ritt (diretor de "Stanley & Iris", seu último filme - um dos melhores de 1990), aos 71 anos, em 8 de dezembro. Em 2 de junho falecia o cineasta soviético Serguzi Parajadov, aos 66 anos. O roteirista Stanley Shapiro morria aos 69 anos, em 21 de julho. E as atrizes continuaram a morrer: Irene Dunne, aos 88 anos (04/09); a francesa Delphine Seyrig, de "O Ano Passado em Mariembad", aos 58 anos, em outubro, e em Cataguases, MG, a brasileira Eva Nill, 83 anos, estrela de filmes de Humberto Mauro, no dia 15 de agosto. Jim Henson, criador dos programas "Vila Sésamo" e "The Muppet Show", e cujos bonecos estrelaram também no cinema filmes como "The Muppets take Manhattan" e "The Muppet Movie", além de "As Adolescentes Tartarugas Ninjas Mutantes" - um dos êxitos de bilheteria em 90 - morreu dia 15 de maio, em Manhattan, Nova Iorque, aos 53 anos. No Brasil, morreram: Isabel Ribeiro, atriz de cinema, teatro e televisão, em 13 de fevereiro; Luthero Luiz, ator ("Vai Trabalhar Vagabundo", "O Mágico e o Delegado"), marcante também em inúmeras telenovelas, aos 57 anos, dia 20 de fevereiro; Sonia Mamede, atriz de inúmeras chanchadas nos anos 50, aos 53 anos, no dia 25 de maio; Zé Trindade (Milton da Silva Bittencourt), ator do período áureo das chanchadas, aos 75 anos, dia 2 de maio. Henriette Morineau, atriz nascida na França mas radicada desde a juventude no Brasil, onde foi uma das mais destacadas estrelas do teatro brasileiro. Trabalhou até poucos meses antes de morrer. Morreu aos 84 anos, no Rio de Janeiro. xxx Três grandes editores brasileiros também morreram em 1990: José Olympio, fundador da casa que leva o seu nome e pela qual lançou os mais importantes escritores brasileiros, em 3 de maio; Victor Civita, aos 83 anos, no dia 27 de agosto, fundador da Editora Abril e Caio Prado Jr., sociólogo e editor - fundador da Brasiliense, aos 83 anos, no dia 23 de novembro. Entre outras perdas no mundo literário, também estiveram Manoel Puig, aos 57 anos, dia 22 de agosto, autor do romance "O Beijo da Mulher Aranha", que, publicado em 20 países se transformou em filme por Hector Babenco e rendeu em 1986 o Oscar de melhor ator a William Hurt; Bráulio Pedroso, dramaturgo, escritor e cineasta ("Roleta Paulista"), renovador da linguagem na telenovela com "Beto Rockfeller", aos 59 anos, no dia 15 de agosto; Irving Wallace, aos 74 anos, dia 29 de julho - um dos mais populares escritores americanos e um dos cinco novelistas mais lidos do mundo (seus 35 livros venderam mais de 130 milhões de exemplares); Adonias Filho, aos 74 anos, dia 2 de agosto, membro da Academia Brasileira de Letras, autor de romances como "Memórias de Lázaro", "O Forte" (levado ao cinema por Olney São Paulo); Dodie Smith, aos 96 anos, dia 20 de novembro, autora de "A Guerra dos Dálmatas", transformado em desenho de longa-metragem por Walt Disney; Yannes Ritso, 81 anos, dia 11 de novembro, era um dos expoentes da poesia grega contemporânea e já havia sido indicado duas vezes para o Nobel de Literatura; Lawrence Durell, 78 anos, dia 8 de novembro, escritor inglês, entre os seus livros, o mais conhecido era "O Quarteto de Alexandria", cujo primeiro tomo, "Justine", 1957, foi levado ao cinema por George Cukor, em 1969, com Anouk Aimeé. As vésperas do Natal, 19 de dezembro, morreu o maior nome da crônica: Rubem Braga. Jornalista antes de tudo, cobriu a campanha da FEB na Itália e trabalhou nos mais importantes jornais e revistas. Como cronista era inigualável em sua forma de falar das coisas do cotidiano. Com câncer, se recusou a fazer tratamento e exigiu ser cremado com as cinzas jogadas em Cachoeira do Itapemirim, onde nasceu.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Nenhum
17
09/01/1991

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