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Aramis

Fábio Jr., o suave produto de consumo

Ator global, galã adorado pelo público feminino, Fábio Jr. está procurando evoluir também como cantor. E a prova de que melhorou é que seu novo elepê ("Sem Limites Para Sonhar", CBS) está bem mais audível que suas gravações anteriores, provando que um bom esquema de produção e esforço para colocar certa a voz, pode resultar num trabalho apreciável. É claro que o release da CBS exagera ao classificá-lo como "intérprete de rara sensibilidade (...) inquisitivo e apaixonado que reflete na letra de suas canções - mesmo que não seja o autor - esse lado de intensas buscas, em todos os aspectos da vida, sem nunca tirar o pé da realidade". Desde os 13 anos, quando participava do programa Mini-Guarda, Fábio Jr. já mostrava suas composições. Acabou na televisão, começando na TV Bandeirantes e com incentivo de Cacilda Becker chegou a atuar ao lado de Paulo Autran, Bárbara Fázio e Etty Fraser, ainda em São Paulo. Com os irmãos formou o grupo Arco-Íris, que durou até os 18 anos, quando foi para a televisão Tupi apresentar, junto com Silvio Brito, o programa "Aleluia". Logo depois, a chamado de Walter George Durst estava na Globo atuando na novela "Nina", ao lado de Regina Duarte, o que lhe deu grande projeção. Mas foi no ótimo filme de Cacá Diegues, "Bye Bye Brasil", ao lado de José Wilker e Betty Faria, que teve sua melhor chance profissional, num personagem marcante. "Ciranda, Cirandinha", um seriado dedicado ao público infanto-juvenil, consolidaria seu nome na TV. Veio então o tema da novela "Pai Herói", indicado por Janete Clair, a autora da estória, para que Fábio o compusesse e interpretasse. Com isto, seu nome foi catapultado inclusive na Europa, quando a novela ali chegou. "Roque Santeiro" lhe deu ainda mais chance e após dois Lps em espanhol e o sucesso nas paradas latinas com "Lloro", era natural que fosse convidado especial no Festival de Vina Del Mar, no Chile, há dois meses. Agora, numa produção sofisticada, que teve inclusive a participação especial da cantora Bonnie Tyler na faixa-título - em inglês "Reaching For The Infinite Heart" (Perez/Gomes/Cláudio Rebello, adaptado em inglês por Jeremy Brock), com gravações divididas em Madri, Londres e São Paulo (Transamérica), Fábio Jr. adquire status de astro especial, dentro do esquema da CBS em investir pesado em artistas de potencialidades internacionais. Um bom compositor (e cantor, como já mostrou em seu esquecido elepê), Lula Barbosa é autor de três das melhores faixas: "Desejos E Delírios", "Só Querer" e "Depois Eu Explico". Ronaldo Bastos, parceiro habitual de Milton Nascimento, musicou "Um Romance", de Maurizio Fabrizzio e compôs ainda, em parceria com Cláudio Rabello, "Uma Vez A Mais". Rabello, por sinal, é autor de "Sem Peso E Sem Medida", "Hoje E Amanhã" e "Vida Humana", esta com a participação de membros da Sinfônica de Londres. Pela terceira vez a produção é de Oscar Gomez, cubano radicado em Madri e Londres. Fabrizzio e Carlos Gomez são os autores dos arranjos e orquestrações. Um disco comercial, é claro, dentro de regras específicas para atingir o tipo de público que se identifica com a imagem de Fábio Jr., mas realizado com competência e esmero profissional. LEGENDA FOTO - Fábio Jr.: marketing internacional.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Música
7
05/04/1987

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