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Aramis

Giselle & Garcez

Entre 1976/77, o Corpo de Baile da Fundação Teatro Guaíra fez mais de 30 apresentações do balé "Giselle", considerado um clássico do gênero, merecendo não apenas os aplausos do público local, mais obtendo ótima aceitação em apresentações feitas no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, entre outras capitais. Com coreografia de Hugo Delavalle, cenário de Maurício Távora - na época também superintendente da Fundação Teatro Guaíra - e tendo Ana Maria Bota-fogo, como primeira bailarina, o balé que teve sua estréia mundial na Opera de Paris, em 28 de julho de 1841, com coreografia de Coralli, argumento de Theophile de Gauter, Saint-Georges e Coralli, sobre "Reseinbilder", de Hine e música de Adolph Adam, foi uma prova de maturidade do mais organizado dos corpos estáveis da Fundação Teatro Guaíra. Na época, ao decidir pela montagem de "Giselle", Maurício Távora sofreu críticas, mas a qualidade do espetáculo provou que os bailarinos(as) reunidos no Corpo de Baile da FTG, a competência de Hugo Delavalle, justificavam o investimento. E o espetáculo só teve crítica positiva - inclusive de publicações internacionais. Na última sexta-feira na abertura da temporada oficial de dança de 1979 do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, o mesmo balé, encenado com muitos mais recursos, foi recebido com varias pela platéia, obrigando o coreógrafo-diretor, Jorge Garcia, a retirar-se do palco, no final. Mesmo os principais bailarinos - os franceses Noella Pontois e Cyril Athamos-soff, contratados para a temporada, foram duramente criticados. O fato, embora lamentável do ponto de vista artístico, serviu para comprovar que a timidez que toma conta, muitas vezes, dos responsáveis pelas nossas programações culturais não se justifica. Se na área teatral, a praticamente extinção do Teatro de Comédia do Paraná, a partir de 1967 - substituindo por uma discutível política de subvenções a pequenos grupos locais, que até hoje não conseguiram sair do semi-amadorismo (com raríssima exceções) pode ser considerada como uma das causas do desequilíbrio de nossa vida teatral, em compensação o Corpo de Baile da FTG só tem crescido, em quantidade, nos últimos anos - inclusive com uma válida reciclagem, provocada pelas substituições de seu coreógrafo - e tendo hoje, duas primeiras bailarinas de renome nacional, Ana Maria Botafogo (que tem resistido a tentadora proposta, inclusive internacionais) e Eliana Caminada. O vigor do Corpo de Baile da FTG deve-se a uma política de prestigiamento e, sobretudo, profissionalismo de seus integrantes - num exemplo que deve ter seqüência a ser estimulado, inclusive a outros setores artísticos - tão necessário de um melhor programa de ação. *** Os atores Sale Wolokita e Maurício Távora, que se sucederam na superintendência da Fundação Teatro Guaíra, souberam estímular as atividades do Corpo de Baile - assim como o advogado Alberto Garcez Duarte e o ator J.D. Daggio, que agora deixam a superintendência e direção artística da casa - substituídos desde sexta-feira última pelo advogado e empresário Aldo Almeida e engenheiro Luiz Esmanhoto, respectivamente, Ontem à noite, no restaurante Dom Xixo, mais de cem pessoas - entre funcionários da Fundação Teatro Guaíra, atores, autores, diretores e produtores, participaram de um jantar em homenagem a Garcez e Baggio, que, no período em que permaneceram na direção da Fundação deram o melhor de si para agilizar os diferentes setores. Alberto Garcez Duarte, 36 anos, desde os 18 ocupando cargos na área pública - ex-diretor do Departamento Estadual de Estatística, ex-diretor técnico da Paranatur e durante 8 anos diretor de Assuntos Culturais da SEC, mostrou nos meses que permaneceu na superintendência do Guaíra muita habilidade e bom senso, merecendo o prestigiamento de muitos amigos que soube conquistar - partindo agora, mais experiente e amadurecido, para novas atividades profissionais.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
1
26/04/1979

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