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Graças a Urban, calçadão da Rua das Flores ganha documentação

Mais do que um dos melhores profissionais de nossa imprensa, Raul Guilherme Urban, 40, ex-O Estado do Paraná, hoje associado a Roberto Luiz Jung na Arte & Fotos Editora (especializada na Produção de house organs e publicações especiais) foi sempre um apaixonado estudioso de problemas urbanos. O arquiteto Lubomir Ficinski, a quem pela sua criatividade e visão urbanística Curitiba deve muito da transformação positiva que a projetou mundialmente, nas duas vezes que presidiu o Ippuc, soube prestigiar a competência de Urban, num trabalho que também teve continuidade na administração de Maurício Fruet, quando Alcidino Pereira presidiu o Ippuc. Na chamada Sorbonne do Juvevê, Urban fez um trabalho na área de comunicação tão importante quanto dos técnicos de outras áreas (arquitetos, engenheiros, desenhistas etc.) que, anonimamente, ali têm dado o melhor de seu talento e idéias mas que, para consumo externo, tem sido apenas atribuído a Jaime Lerner, sem dúvida um executivo que sabe aproveitar todas as oportunidades para dimensionar projetos que, em última instância, resultam numa projeção pessoal-profissional - hoje internacional graças a uma das mais perfeitas estruturas de relações públicas e marketing já desenvolvidas no Brasil. Afastado do Ippuc desde a administração Roberto Requião - e marginalizado mesmo da comunicação municipal na atual administração, quando seu interesse pelo urbanismo e, paralelamente transporte de massa o faria um precioso assessor de comunicação, nem por isto Urban em sua modéstia e dignidade deixou de acompanhar o que acontece em Curitiba. Graças ao seu organizado arquivo, mantido com sacrifícios, detectou, há alguns meses que uma efeméride urbanística estava sendo esquecida: os 20 anos da decisão (corajosa, sem dúvida) em fechar completamente o tráfego da mais central via da cidade - a XV de Novembro - aos veículos, transformando-a numa via exclusiva de pedestres em suas primeiras quadras. Assim, numa sexta-feira, 18 de maio de 1972, correntes e floreiras foram instaladas e a população via algo de novo acontecer. motoristas irritavam-se, comércio protestava e a oposição foi grande, mas o acerto da medida se confirmaria e a levaria a iniciativa - novidade no Brasil, mas que já havia acontecido em várias cidades do mundo, especialmente na Europa - a trazer bons resultados e, em pouco tempo, ser imitada por administrações municipais em várias cidades brasileiras. Uma data como esta, entretanto, teria passado em brancas nuvens, pois apesar de assessores de Lerner, naquela época, continuarem na Prefeitura, na falta de memória (e mesmo organização dos arquivos) davam outras datas como "o dia em que a Rua XV voltou a ser a Rua das Flores". Urban, profissionalmente, lembrou a importância do acontecimento e, com uma pauta bem desenvolvida, mostrou que a data mereceria um registro. Resultado: graças a sua competência (infelizmente, tão pouco prestigiada nos últimos anos), a Prefeitura pode comemorar a efeméride, obtendo grandes espaços na mídia. Uma exposição fotográfica na Galeria Schaffer e, especialmente um minucioso trabalho de pesquisa jornalística - que montou em apenas dois dias - resultaram numa publicação destinada a permanecer como documento referencial: "Calçadão, Vinte Anos Depois" (Boletim Informativo da Casa Romário Martins, volume XIX, nº98, julho/1992, 44 páginas, lançado no dia 7 de junho). xxx Assim como a oportunidade desta edição não poderia ser melhor - e a produção do boletim-monografia ter sido feita a tempo, graças a competência de outro exemplo de profissional, Maí Nascimento Mendonça, nada mais justo do que também aqui registrar outra data redonda que merece ser devidamente registrada: os 100 números da publicação do Boletim da Casa Romário Martins, a serem completados com uma edição (ainda em preparação) sobre a Casa da Memória/Casa Romário Martins", lançamento inicialmente previsto para setembro, embora, o primeiro número da coleção - "Desembrulhando as Balas Zequinha" date de 18 anos passados a transcorrer em agosto próximo. Após a pesquisa "Cinema, Igreja, poder - O Filme Religioso no Brasil", do jornalista Francisco Alves dos Santos, por 10 anos o estimado e dedicado diretor da Cinemateca do Museu Guido Viaro, ter saído com o número 97 da série (edição que comentaremos, em detalhes, nos próximos dias) e "Calçadão, Vinte anos Depois", Maí Nascimento programou números sobre Braz Hotel (99) e o que abordará a "Casa da Memória" unidade criada posteriormente (e como um anexo da Casa Romário Martins) - que será a de número 100. Já para o número 101, a pauta é de uma edição que se destina a mostrar a presença de Curitiba na imprensa internacional. LEGENDA FOTO - Raul Guilherme Urban, jornalista, pesquisador de temas ligados ao urbanismo e transporte, evitou que os 20 anos de calçadão da Rua das Flores fossem esquecidos e publicou obra referencial.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
12/07/1992

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