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Aramis

A Gráfica cada vez mais internacional

Não é sem razão que a cada número amplia-se o prestígio internacional de "Gráfica", a revista que mais do que o interesse aos homens de criação publicitária, amplia seu circuito de leitores e vem crescendo em sua circulação. A associação da Casa das Idéias, de Curitiba, inicialmente com o paulista Luís Carlos Burti - em cujo parque gráfico a publicação é produzida - e, posteriormente, a um grupo italiano, trouxe condições da revista ter uma regularidade e partir para vôos maiores. Nos primeiros anos, era um esforço de um talento só: Oswaldo Miranda (Miran), um dos mais prestigiados designers brasileiros, assumiu a condição de editor, produtor comercial e supervisor da revista. Resultado: muitos elogios e grandes prejuízos. Cada edição, pelo custo, sangrava o patrimônio do Mirandinha, que para sustentar a publicação, em seu excelente padrão, chegou a ter que vender até alguns de seus veículos importados. Como dois publicitários bem relacionados, Orestes Woestehoff e Carlos Alberto Ferreira da Costa, acreditaram em sua viabilidade empresarial a Casa das Idéias - Editora de Vídeo e Gráfica vem administrando a revista e ampliando também para produções editoriais de altíssimo nível, como livro "Nossa Terra/Foz do Iguaçu", que cuidaram editorialmente para o grupo Bamerindus. Outros projetos (inclusive um livro-de-arte sobre o pintor Guido Viaro) estão em fase de produção e muitas idéias aguardam mecenas para ganharem forma concreta neste ano. Depois de duas edições dedicadas ao talento feminino nas artes gráficas e fotografia publicitária, a revista volta-se em seu novo número - cuja circulação começou nesta semana - a mostrar o trabalho de alguns mestres da ilustração americana: Rob Day, 27 anos: Tim Girvin, da Design Inc; Tom Curry, David Shannon. Cada um destes ilustradores - todos com um currículo dos mais ilustres, mereceu um espaço especial, com dezenas de exemplos de seus melhores trabalhos, não apenas para empresas (marcas, logotipos), publicidade, mas também desenhos criados especialmente para publicações de mais alto nível. Dez outras páginas foram dedicadas aos argentinos Miguel Muro e Olcar Alcaide, formados pela Universidade Nacional de La Plata, e que vem desenvolvendo, através da Escena Diseño, da produção à comunicação. Uma novidade que "Gráfica" traz neste novo número (26) é um suplemento intitulado "The Globe Graphic", que abre mostrando as ilustrações impressionantes de Marshall Arisman (que já havia sido focalizado num artigo da "Gráfica" nº 9), um artista que, no entendimento de Mirandinha, "Abusa das manchas metalizadas sobre as cores ora fria, ora quente, cortando sempre as figuras com traços que parecem ser feitos à estilete. Talvez por isso, ele nos fere e emociona visualmente". Embora "Gráfica" seja hoje uma publicação internacional - e o editor Miran sabe, com muito equilíbrio, escolher material de vários países há sempre um toque bem brasileiro, paranaense sempre que possível. Nesta edição são quatro páginas dedicadas ao artista plástico Paulo Valente, 68 anos, que começou como decorador de interiores, passou a pintor e hoje faz trabalhos visuais dignos de figurarem em qualquer exposição internacional. Para fazer o texto apresentando Valente, Miran chamou um dos mais brilhantes publicitários do Sul, o muitas vezes premiado Paulo Vítola, compositor classe "A" que a propaganda roubou da MPB - para a tranquilidade financeira de sua família, a ex-atriz Elizabeth Destefanis e suas quatro filhas.
Texto de Aramis Millarch, publicado originalmente em:
Estado do Paraná
Almanaque
Tablóide
3
04/02/1990

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